O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) e a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras (Fetrafi-RS) se reuniram na segunda-feira, dia 27, com o presidente do Banrisul, Túlio Zamin, para cobrar medidas para melhorar as relações humanas dentro do banco. Foi o primeiro encontro do movimento sindical com a nova direção do banco e os representantes dos trabalhadores elencaram alguns problemas que foram relatados pelos banrisulenses.
Além da qualificação salarial e do quadro de carreira, que já estão sendo discutidos dentro da Comissão Paritária sobre Plano de Carreira, as condições de trabalho, o combate ao assédio moral, metas abusivas, jornada excessiva, critérios claros para a distribuição da RV1 e RV 2 (remuneração variável), situação dos Operadores de Negócios (ONs), ranqueamento dos gerentes, gestão de metas para despesa de pessoal, redução de horas extras e outros assuntos foram debatidos com Zamin, que esteve acompanhado do diretor da Banrisul Serviços, Joel dos Santos Raymundo.
“São questões muito presentes e recorrentes dos banrisulenses. Nossa intenção é buscar a humanização das relações. Casos como o estresse e a sobrecarga de trabalho geram bancários afastados por problemas de saúde”, afirmou a diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa.
“Há uma grande expectativa da categoria para solução dessas situações. Queremos mais democratização das relações”, acrescentou a diretora de Saúde do SindBancários, Lourdes Rossoni. “As metas são aplicadas independentemente do perfil das agências. Os colegas atingem 95,5% da pontuação da RV2, mas já passam a ter outras metas. Essa situação não bate com a realidade dos resultados do banco”, apontou a dirigente sindical.
“Os problemas existem e gostaríamos de uma sinalização de que eles serão enfrentados. Entendemos que a direção deveria ouvir as gerências e o pessoal das unidades para saber o que está ocorrendo”, relatou o diretor do SindBancários, Mauro Salles. “Queremos negociar, organizar os temas para enfrentar caso a caso conforme nos foram relatados”, propôs.
Segundo os bancários, um exemplo de imposição fora da realidade são os empréstimos consignados. Depois que uma unidade atinge sua meta, passa a ser cobrada por mais e mais.
Amaro Silva de Souza, diretor da Fetrafi-RS, disse que a iniciativa de pedir a audiência com o presidente do banco foi uma decisões do Fórum Nacional dos Delegados Sindicais do Banrisul.
Após ouvir o relato dos sindicalistas, Zamin reconheceu que a pauta contém temas preliminares e que serão enfrentados durante a sua gestão. O presidente do banco admitiu que as demandas já haviam chegado ao seu conhecimento, concordando que alguns problemas persistem de longa data.
“Estamos trabalhando numa estratégia de adequação para que possamos construir ações e resolver tais situações. Precisamos qualificar as instalações físicas, tanto para os funcionários como para o recebimento de nossos clientes”, admitiu Zamin.
O presidente do Banrisul concordou que uma humanização das relações se faz necessária. “Queremos ganhar a simpatia do funcionalismo, mas oferecendo um poder de sedução por parte da empresa, se apresentando como um bom lugar para se trabalhar, com uma missão clara e que ofereça um futuro profissional promissor, que desafie e estimule nossos trabalhadores”, relatou.
Zamin disse que mais pessoas estão sendo contratadas, numa tentativa de amenizar a sobrecarga de trabalho. Com relação ao corte de horas extras, admitiu que se deve oportunizar alternativas para que o banrisulense não tenha um desequilíbrio financeiro.
O presidente do banco ainda afirmou que pretende trabalhar junto com o movimento sindical. “Precisamos dominar esse modelo de gestão, para depois alterar ou modificar o que está em desacordo. Vamos enfrentar essas situações com organização”, assegurou.
O SindBancários e a Fetrafi-RS irão entregar ao presidente um dossiê com a situação atual e as propostas de melhorias para os ON’s, gerentes de negócios, plano de carreira, call center e outros assuntos para discussão e soluções dos problemas.
Também estiveram na reunião as dirigentes sindicais Hilda Teixeira (Rio Grande) e Vaine Andreguete (Caxias do Sul), além de Jean Ernesto Arais (Ijuí).