Os bancários capixabas vão parar as atividades a partir desta quinta-feira, dia 24 de setembro. A greve, aprovada na assembleia que aconteceu no início da noite de segunda-feira, dia 21, será por tempo indeterminado. O movimento nacional é consequência da intransigência dos banqueiros, dos governos federal e estadual, que não avançam nas negociações da Campanha Salarial 2009. Uma nova assembleia será realizada nesta quarta-feira, dia 23, às 18 horas, no Centro Sindical (Forte São João, em Vitória), para preparar a paralisação.
Os banqueiros começaram mal as negociações, apresentando proposta econômica insuficiente e recusando as reivindicações apresentadas pelos bancários, desde as que tratam de direitos da categoria até as que buscam melhorar o atendimento à população, como a ampliação do horário de atendimento ao público.
A última reunião de negociação aconteceu no dia 17, quando a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou ao Comando Nacional dos Bancários uma proposta de reajuste salarial de apenas 4,5%, ficando muito aquém do índice de 10% reivindicado. Já a proposta de participação nos lucros e resultados (PLR) é inferior a do ano passado, principalmente para quem ganha salários menores. Os banqueiros também não avançaram nas demais reivindicações da categoria.
A proposta global da Fenaban foi rejeitada pelo Comando na mesa de negociação. A rejeição foi confirmada na assembleia de hoje dos capixabas.
Mobilização
A mobilização da categoria no Espírito Santo prossegue nesta terça-feira, 22, com panfletagem no município de Colatina. Os bancários já fizeram distribuição de panfletos em Vitória, Vila Velha, Cachoeiro de Itapemirim e Linhares. O objetivo é alertar a população para as dificuldades na mesa de negociação, o que está levando a categoria à greve.
Banestes
Em nível estadual, a direção do Banestes se mantém calada diante das reivindicações dos bancários. As pautas específicas dos funcionários do Banestes e do Bandes foram encaminhadas às direções dos dois bancos no final de agosto. O Bandes já se dispôs a negociar, mas ainda não foi agendada reunião. No Banestes, no entanto, a situação é pior. O Sindicato dos Bancários/ES enviou no último dia 15 um novo pedido de negociação, mas a direção do banco ainda não deu qualquer retorno.
Veja as principais reivindicações dos bancários:
Reajuste salarial de 10%.
Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 3.850.
Valorização dos pisos:
Portaria: R$ 1.432.
Escriturário: R$ 2.047 (salário mínimo do Dieese).
Caixa: R$ 2.763,45.
Primeiro comissionado: R$ 3.477,00.
Primeiro gerente: R$4. 605,73.
Auxílio-refeição: R$ 19,25.
Cesta-alimentação: R$ 465,00 (um salário mínimo).
13ª cesta-alimentação: R$ 465,00.
Auxílio-creche/babá: R$ 465,00.
Fim das metas abusivas e do assédio moral.
Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) em todos os bancos, negociado com as entidades sindicais.
Fim das metas abusivas.
Garantia de emprego, fim das terceirizações, mais contratações e aplicação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que inibe demissões imotivadas.
Segurança contra assaltos e sequestros, com a retomada imediata da Comissão de Segurança Bancária, proibição ao transporte de valores pelos bancários e adicional de risco de vida.
Auxílio-educação para todos.
Ampliação da licença-maternidade para seis meses.
Medidas para reduzir o tempo de espera nas filas.
Ampliação do horário de atendimento ao público.