Ato público estadual convoca bancários para a luta em Porto Alegre

Fetrafi-RS e sindicatos agitaram Campanha Nacional no centro da cidade

Um grande ato público mobilizou a categoria bancária no centro de Porto Alegre, no fim da manhã desta sexta-feira, 17. A manifestação estadual envolveu dirigentes sindicais da Capital, do interior do Estado e bancários em geral. Os sindicalistas usaram um carro de som para convocar bancários e bancárias para as atividades da Campanha Nacional 2012 e denunciar a face ilusionista dos bancos à população em geral.

O ato público teve animação da Banda Brazuka e Rosa Franco e Banda, sendo que estes músicos gravaram o jingle “Chega de truque, banqueiro”. As atividades também contaram com perfomances de artistas de rua, malabares e pernas-de-pau.

A programação foi encerrada com uma caminhada pelas ruas do centro de Porto Alegre. Muito animados, os bancários portavam faixas, apitos e vários usaram cartolas, satirizando os banqueiros ilusionistas.

Ao longo da caminhada, dirigentes sindicais se revezaram no carro de som, denunciando à população os problemas enfrentados pelos bancários e a exploração praticada pelos bancos, através da cobrança de juros e tarifas abusivas.

Assédio moral, cobrança de metas abusivas, sobrecarga de trabalho, insegurança e ameaça de demissão são algumas das situações que precarizam o emprego bancário na atualidade e fragilizam a saúde física e psíquica dos trabalhadores.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Mauro Salles, disse que o Rio Grande do Sul está fazendo desde o início uma campanha ofensiva e mostrando a capacidade de organização e mobilização dos bancários gaúchos.

“Estamos preparando a categoria para o embate mais duro, com uma possível greve nos bancos públicos e privados. Desta vez não tem choro para os bancos. Eles não podem se esconder atrás de uma crise que não os afeta no Brasil”, destaca.

Unidade, mobilização e luta

O representante da Fetrafi-RS no Comando Nacional, Sandro Cheiran, salienta que a unidade da categoria neste momento é fundamental. “Convocamos bancários e bancárias a integrarem todas as atividades da campanha salarial. Precisamos mostrar à Fenaban que a categoria está disposta a fazer um amplo movimento de greve, caso não avancem na negociação dos temas relacionados à remuneração e condições de trabalho. Sabemos que todo ano os bancos vêm com negativas para a mesa de negociação, mas vamos dobrá-los com pressão, mobilização e greve se for preciso”, afirma o dirigente sindical.

“A expectativa do movimento sindical é que todos os temas sejam tratados com relevância pela Fenaban, no caso da segurança bancária não pode ser diferente. Temos acompanhado o crescimento das ocorrências de explosões e assaltos nas agências bancárias e sugerimos a implementação de políticas de segurança nos bancos”, analisa o titular da Comissão de Segurança da Fetrafi-RS, Lúcio Paz.

“Os bancos públicos têm muita importância no fechamento de acordos com a Fenaban. São eles que desempenham um papel estratégico no sistema econômico financeiro do país. Por isso a mobilização e engajamento dos empregados da Caixa e dos funcionários do Banco do Brasil nesta campanha é essencial”, destaca o diretor da Fetrafi-RS Devanir Camargo da Silva.

A diretora da Federação, Denise Corrêa, observa que a discriminação de negros, mulheres, pessoas com deficiência e homossexuais é evidente nos bancos. “Mesmo discutindo esse assunto nas mesas de igualdade, os bancos, principalmente os privados, não contratam negros, enquanto as mulheres continuam em cargos inferiores aos dos homens e há falta de acessibilidade para portadores de deficiência. Estamos reivindicando políticas organizacionais que promovam a igualdade para coibir essa discriminação”, declara.

Já o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha, enfatiza que este é mais um momento importante para os banrisulenses. “Os funcionários do Banrisul tiveram papel de vanguarda nas últimas greves, ampliando sua mobilização a cada ano. Estamos na véspera de mais um encontro estadual, que irá atualizar nossa pauta de reivindicações e instigar os banrisulenses à luta coletiva”, finaliza.

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