Assembleias devem rejeitar proposta dos bancos e deflagrar greve no dia 27

Os sindicatos de bancários de todo o país realizam nesta quinta-feira (22) assembleias para rejeitar a proposta apresentada pelos bancos na quarta rodada de negociação, ocorrida na terça-feira (20) e deflagrar greve nacional a partir da próxima terça-feira (27), conforme orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, que considerou insuficiente a proposta da Fenaban.

“A proposta dos bancos está muito longe de atender às nossas reivindicações, o que deve levar os bancários para a greve. Continuamos acreditando no processo de negociação, mas estamos preparados para realizar uma forte mobilização, com uma paralisação ainda maior do que a do ano passado”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando. Em 2010, os bancários fizeram a maior greve da categoria dos últimos 20 anos, com adesão recorde tanto em bancos públicos quanto privados.

A Fenaban propõe reajuste de apenas 7,8% sobre os salários, PLR e demais verbas (vale-refeição, cesta-alimentação e auxílio creche/baba, dentre outras). Esse índice representa somente 0,37% de aumento real. “Apesar dos excelentes resultados dos bancos, o aumento real é muito pequeno, não tem valorização do piso, nem elevação da PLR, nenhuma proposta de emprego e não apresentaram a redação das poucas medidas de saúde e segurança que teve avanços”, completa.

> Clique aqui para ver a íntegra da proposta da Fenaban

Os bancários querem reajuste de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%), PLR maior, piso do Dieese, fim da rotatividade, mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização, dentre outras reivindicações.

Uma nova rodada de negociação está agendada com a Fenaban para sexta-feira (23), às 14h, em São Paulo, a fim de continuar as discussões. Na próxima segunda-feira (26), novas assembleias deverão ser realizadas pelos sindicatos em todo país para definir os rumos do movimento.

“Os bancos lucraram mais de R$ 27,4 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, o que comprova que eles têm condições concretas de apresentar uma proposta que garanta emprego decente para todos os bancários, como forma de valorizar os seus trabalhadores, distribuir renda e assumir um compromisso com o Brasil e os brasileiros”, ressalta Carlos Cordeiro.

Veja as principais reivindicações da categoria:

Remuneração

– Reajuste de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%).
– Piso igual ao salário mínimo do Dieese: R$ 2.297,51 (em junho).
– PLR: três salários mais R$ 4.500 sem desconto dos programas próprios de renda variável
– Plano de Cargos e Salários (PCS) em todos os bancos.
– Gratificação semestral de 1,5 salário para todos os bancários.
– Contratação da remuneração total dos bancários.
– Vale-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio creche/babá iguais ao salário mínimo (R$ 545).
– Auxílio-educação para todos os bancários.
– Previdência complementar para todos os bancários.

Emprego

– Garantia de emprego;
– Proteção contra a dispensa imotivada, combatendo a rotatividade.
– Contratação de mais bancários;
– Fim das terceirizações.
– Jornada de trabalho de seis horas para todos os bancários.
– Ampliação do horário de atendimento para das 9h às 17h com dois turnos de trabalho;
– Tempo de até 15 minutos de espera nas filas nos dias normais;
– Abono assiduidade de cinco dias por ano.

Igualdade de oportunidades

– Igualdade na contratação, remuneração e ascensão profissional.
– Realização de um novo censo para avaliar os resultados dos programas implantados pelos bancos para combater a discriminação.
– Prorrogação automática da licença-maternidade de quatro para seis meses, sem necessidade de solicitação por parte da bancária.
– Condições de acessibilidade nas agências tanto para bancários como para clientes com deficiências.

Saúde do trabalhador

– Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral.
– Participação dos trabalhadores na fixação das metas, que devem levar em consideração o tamanho, a localização e o perfil econômico das dependências, e não podem ser individuais.
– Fim da divulgação de rankings individuais sobre cumprimentos de metas.
– Suspensão do trabalho em espaços físicos em reforma.
– Manutenção do salário e demais direitos no período de afastamento por problemas de saúde.
– Permanência do plano de saúde na aposentadoria e com as mesmas regras.

Segurança bancária

– Assistência médica e psicológica às vítimas de assaltos, sequestros e extorsões.
– Emissão da CAT para quem esteve no local de assaltos e sequestros.
– Fechamento das agências após assaltos, consumados ou não.
– Porta de segurança, câmeras com monitoramento em tempo real e vidros blindados em todas as agências e postos.
– Biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas, e divisórias individualizadas entre os caixas internos e os eletrônicos para combater “saidinha de banco”.
– Proibição ao transporte de valores e à guarda das chaves das unidades pelos bancários.
– Adicional de 30% de risco de morte para agências, postos e tesouraria.

Confira o calendário das atividades:

Dia 21 – negociação específica com a Caixa
Dia 21 – negociação específica com o Banco do Nordeste
Dia 21 – negociação específica com o Banpará
Dia 22 – assembleia para deliberação sobre a proposta
Dia 23 – negociação com a Fenaban
Dia 23 – negociação específica com o Banrisul
Dia 26 – nova assembleia
Dia 27 – data indicativa de greve

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram