Os banqueiros desrespeitaram os bancários ao oferecer, no dia 17, proposta que não prevê aumento real e ainda querem pagar PLR menor que a do ano passado. Não querem tratar da preservação dos empregos e ainda pretendem reduzir direitos, como o auxílio-creche. Para piorar, tentam intimidar o trabalhador com ameaças e esquemas para que não participem da greve. Uma ofensa à categoria e ao direito de greve previsto em lei.
“A resposta dos trabalhadores reunidos na assembléia desta quarta-feira está dada: rejeição unânime à proposta e uma grande greve que só vai acabar quando os bancários tiverem suas reivindicações atendidas”, avisa o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, que alerta: “Os bancários vão ter de mostrar toda sua garra, mais uma vez. E não será fácil. Os banqueiros estão colocando as manguinhas de fora, mostrando a todos como suas propagandas sobre responsabilidade social são enganosas, jogando a Polícia Militar contra os bancários, apelando à Justiça contra o legítimo direito de manifestação dos trabalhadores. Vamos precisar de muita união e organização para enfrentar toda essa baixaria.”
Marcolino lembra que há cinco anos o aumento real é conquistado com greve. “Estamos partindo para o sexto ano consecutivo com greve. E por total irresponsabilidade dos banqueiros que querem economizar às custas dos salários de seus funcionários. Esse ano, além de não quererem pagar aumento real nos salários, com a proposta de PLR feita pela federação dos bancos (Fenaban), os trabalhadores de dois dos maiores bancos receberiam cerca de 80% menos de participação nos lucros que no ano passado. Todos perderiam. É inaceitável!”, diz Marcolino. A “economia”, de mais de R$ 1,2 bilhão, claro, iria toda para o cofre dos banqueiros e para os elevados bônus dos executivos.
“Nós bancários não vamos admitir isso. Nossa greve está começando e vai crescer a cada dia. Nossa categoria é composta de gente de luta, que sabe seu valor, suporta as agruras do dia-a-dia nas agências com toda dignidade e é essa força que agora estará nas ruas para pressionar os irresponsáveis banqueiros”, convoca o presidente do Sindicato. “Todos à luta!”
Assembleia e passeata
Nesta quinta 24, às 17h, na Quadra dos Bancários, os bancários realizam nova assembleia para decidir os rumos do movimento. Na sexta 25, os trabalhadores fazem passeata na Avenida Paulista, saindo da Praça Osvaldo Cruz (próximo ao metrô Paraíso) a partir das 15h.
Comando de Greve
Dirigentes do Sindicato, da Fetec-CUT/SP, Contraf-CUT, cipeiros, delegados sindicais da Caixa Federal e do Banco do Brasil estão convocados para a reunião do Comando de Greve que será realizada às 16h30 no Auditório Verde, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, metrô Sé).