Um assalto seguido de tiroteio, na quarta-feira, dia 8, a uma agência do Bradesco, na Vila da Penha, mostrou mais uma vez a lógica da segurança pública, que privilegia a proteção ao patrimônio, deixando a vida em segundo plano.
Uma menina de 13 anos morreu vítima de bala perdida e outras quatro pessoas, inclusive um bancário do BB, ficaram feridas porque um policial solitário, à paisana, resolveu enfrentar os cerca de 10 assaltantes, para recuperar o dinheiro roubado do banco.
Recado do tráfico
Os baleados transitavam pelas lojas da movimentada Praça do Carmo, às duas da tarde, quando um ladrão reagiu ao ataque do policial e disparou uma submetralhadora Uzi 9mm contra as pessoas. Foi o segundo assalto em um mês à agência do Bradesco, na Vila da Penha.
Três ladrôes foram identificados – Anderson Pereira de Souza, Átila Barcelos Rodrigues e Celso de tal. Eles seriam moradores da Vila Kennedy, mas estavam escondidos no morro do Alemão, sob a proteção do chefe local do tráfico conhecido como Fabiano.
Os jornais insinuam que a ação foi um recado do tráfico ao novo comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, ex-Bope, que assumiu o posto recentemente.
Descaso
O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro cobrou do banco a instalação de porta giratória na agência. Unidades do Bradesco muito movimentadas nunca dispõem de porta giratória. No entanto, a gerência-regional garantiu ao diretor da entidade Sérgio Bento que não só aquela unidade, como outras, vão contar com portas com detetor de metais e câmeras de segurança.
CAT
Os bancários vítimas do assalto e que necessitem de acompanhamento psicológico por causa do estresse pós-trauma precisam da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), que a empresa é obrigada a emitir. “Caso o banco se negue a fazê-lo, os companheiros devem procurar o Sindicato para a emissão da CAT para as garantias junto à Previdência Social”, disse Sérgio.