Em sua intervenção, na abertura da 12ª Plenária Nacional Estatutária da Central Única dos Trabalhadores, o presidente da CUT, Artur Henrique, afirmou na noite de terça-feira (5) que o evento “reafirma nosso orgulho de ser cutista, pois honra a memória dos que não estão mais entre nós, mas que ousaram lutar e mudar a sociedade brasileira”, citando o exemplo de Maria Ednalva, Lúcio Guterres, Chico Mendes, e tantos outros lutadores que se dedicaram à construção de uma sociedade justa e igualitária.
Artur ressaltou a importante presença das delegações da CGT Argentina, da CSN Quebec – Canadá, da CUT Colômbia, das Comissiones Obreras da Espanha, da CGIL Itália, da LO Noruega e da CGTP de Portugal, que estão prestigiando o evento e estreitando relações com os cutistas.
Saudando a representação da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), o presidente da CUT sublinhou que para afirmar um modelo de desenvolvimento nacional, para fortalecer nosso projeto de país com valorização do trabalho e distribuição de renda, é preciso a unidade do movimento sindical e do movimento popular. “O exército cutista precisa estar mobilizado, junto com os seus aliados, contra os que querem diminuir o papel do Estado, privatizar estatais, entregar o patrimônio público para o capital nacional e internacional”, destacou.
O presidente cutista frisou ainda a importância da participação democrática nos debates para reafirmar princípios, como os da liberdade e autonomia sindical, a fim de temperar as lideranças para o confronto e defender a CUT dos ataques divisionistas.
A abertura contou com a participação de Rosi Campos e Pérsio Plensacka como mestres de cerimônia e foi embalado pela cantora Nadhya com seu animado repertório de clássicos de Chico Buarque.
Quintino destaca papel da CUT para afirmação de um projeto de desenvolvimento inclusivo
O coordenador geral da Plenária e secretário geral da CUT, Quintino Severo, destacou a expectativa vivida pela militância cutista com o encontro, que também vai debater e apresentar propostas para o processo eleitoral.
De acordo com Quintino, do evento sairão deliberações que serão submetidas, na sexta-feira (8), a uma assembléia popular da classe trabalhadora, em praça pública, em São Bernardo do Campo, tendo como eixo central a valorização do trabalho e a garantia de direitos para quem constrói a riqueza do país.
“Faremos uma assembléia nacional no ABC, berço do novo sindicalismo e da nossa Central, há 25 anos”, declarou Quintino, ressaltando que a plenária terá a incumbência de implantar em todo o país o que for decidido coletivamente nos debates, para garantir direitos e ampliar conquistas.
A divulgação da heterogeneidade da plenária arrancou aplausos do plenário: até a noite de abertura, estavam inscritos 562 delegados, 355 homens e 207 mulheres, além de um grande número de observadores . A participação feminina alcança 37% e tende a crescer com o enraizamento da política de cotas.
Victor Baez, da CSA: marca da CUT é a luta por avanços sociais e a solidariedade internacional
Representando a Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), Victor Baez destacou que a marca cutista neste 25 anos é a da solidariedade internacional e do compromisso com os avanços sociais no Brasil e no mundo.
O dirigente da CSA lembrou que no novo internacionalismo sindical, também defendido pela Confederação Sindical Internacional (CSI), significa mais solidariedade, combatividade e participação na luta contra o neoliberalismo e o livre comércio.
Victor conclamou a todos a participarem com a CSA das preparações do 7 de outubro, Dia de Mobilização Mundial pelo Trabalho Digno. Defendeu uma ação mais enérgica contra os golpistas que querem depor o governo democrático-popular de Evo Morales na Bolívia e denunciou a perseguição e morte de sindicalistas na Colômbia, “onde está em curso a política assassina do governo Uribe”, disse.
Delegações da CGT Argentina, da CSN Quebec – Canadá, da CUT Colômbia, das Comissiones Obreras da Espanha, da CGIL Itália, da LO Noruega e da CGTP de Portugal estão prestigiando o evento e estreitando relações com os cutistas.
Coordenação dos Movimentos Sociais: presente!
Três dirigentes de entidades que compõem a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), presentes na mesa de abertura da Plenária, fizeram uso da palavra, representando a Central dos Movimentos Populares, o Movimento dos Trabalhadores Desempregados e a Marcha Mundial de Mulheres. Abaixo, uma síntese das intervenções.
“Aproveitamos esta plenária para condenar a criminalização dos movimentos sociais e populares. São lutadores que estão na mira dos assassinos do capital selvagem. É a luta de classes que nos traz aqui e que nos faz companheiros”
Gegê, da Central dos Movimentos Populares
“É hora de estreitar os laços entre os trabalhadores empregados e desempregados, de lutarmos juntos pela redução da jornada sem redução de salário, para gerar novos postos de trabalho, de batalhar pela redução das tarifas de energia”
Galvão, do Movimento dos Trabalhadores Desempregados
“A CUT é um instrumento fundamental para a classe trabalhadora e uma forte aliada contra a opressão das mulheres, contra o fator previdenciário que reduz a aposentadoria em 43% para as mulheres e em 32% para os homens”
Sônia Leite , da Marcha Mundial das Mulheres