O Banco do Brasil anunciou uma parceria com o Banco Lemon que amplia a terceirização de serviços bancários. A intenção do BB é ampliar sua rede de correspondentes bancários em 70%, o que corresponde a 6.500 pontos instalados em 1.500 municípios.
A medida é criticada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo. “Os Coban, modo como são conhecidos os correspondentes bancários, não são alternativa de atendimento, mas uma imposição dessa modalidade pelo Banco do Brasil aos clientes de menor renda, que deveriam ter a opção de escolha entre o atendimento na agência ou no correspondente”, afirma o funcionário do BB e diretor do Sindicato Ernesto Izumi.
“Hoje é comum ver nas agências funcionários que impedem a entrada de clientes, obrigando-os a se dirigirem aos Cobans ou ao auto-atendimento”, conta Ernesto.
Outro problema para os trabalhadores e clientes atendidos nos correspondentes bancários, incluindo beneficiários do INSS que passarão a ser atendidos também pelo Banco Lemon, é a falta de sistemas de segurança como portas-giratórias e vigilantes.
O Coban também é uma ameaça aos bancários na medida em que os bancos substituem mão-de-obra bancária por empregados que recebem salários menores para executar serviços de banco.
O Sindicato elaborou dossiê com mais de mil páginas denunciando fraudes, irregularidades promovidas por empresas que prestam serviços a bancos e ações movidas por entidades sindicais. Toda a documentação foi entregue ao Ministério do Trabalho e Emprego.
“Vamos continuar a luta até que o Banco Central cumpra seu papel de fiscalização e regulação e impeça a instalação indiscriminada dos correspondentes bancários. Também vamos cobrar o BB, que fez um acordo que prejudica o emprego dos funcionários e precariza o atendimento à sociedade”, completa Ernesto Izumi.