Agências do Banco do Brasil fechadas por uma hora na Avenida Paulista

Os bancários adiaram por uma hora a abertura da Agência Paulista e outras quatro unidades do Banco do Brasil que ficam naquela região, durante Dia Nacional de Luta da Campanha Nacional 2010, na terça-feira 14.

> Fotos: galeria com a mobilização dos funcionários do Banco do Brasil

Com faixas, equipamento de som, distribuição da Folha Bancária e da fitinha amarela da campanha – simbolizando a próxima rodada de negociação sobre remuneração – e de carta aberta à população, os dirigentes sindicais se posicionaram em frente às agências, que abriram apenas às 11h.

Das 10h às 11h, os diretores do Sindicato entraram nos locais de trabalho para conversar com os bancários sobre a Campanha e sobre o andamento das negociações, nas quais a federação dos bancos (Fenaban) disse “não” à maior parte das reivindicações da categoria sobre saúde, segurança bancária e emprego.

Nesta quinta e sexta-feiras 15 e 16 acontecem as negociações sobre remuneração. Os diretores do Sindicato reafirmaram aos trabalhadores que, caso a postura dos banqueiros continue a mesma, a resposta será a greve.

Os dirigentes sindicais debateram as reivindicações como aumento real; Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e pisos maiores; auxílio-educação e Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) para todos. O protesto também foi contra a postura dos bancos na mesa de negociação que dizem “não” às reivindicações da categoria.

“Os banqueiros não demonstraram nenhuma vontade de negociar. Se isso continuar, tudo indica que vamos ter mais uma campanha salarial com greve”, afirmou o diretor do Sindicato, Ernesto Izumi, em frente à Superintendência do BB, na Avenida Paulista.

“O que estamos discutindo é a reestruturação dos bancos para a melhoria das condições de trabalho e de atendimento à sociedade. Os bancários sofrem uma pressão absurda pelo cumprimento de metas e por conta disso estão adoecendo, física e emocionalmente. E quem paga a conta de trabalhadores doentes e insatisfeitos acaba sendo a sociedade. Além disso, queremos bancos, tanto públicos como privados, que respeitem a cidadania, oferecendo bom atendimento à população e mais crédito produtivo, para pequenos e médios empresários. Daí o tema de nossa campanha: ‘Um outro banco é preciso'”, acrescentou Izumi.

Protesto

Na agência Estilo, os sindicalistas foram impedidos pelo gerente-geral de entrar para conversar com os funcionários. Em protesto contra a postura antidemocrática, os dirigentes colaram uma grande faixa na entrada da agência.

Grande parte dos bancários das agências Estilo e Paulista, que ficam no prédio da Superintendência do BB, foram para a rua, em apoio à manifestação. “Nossos salários estão totalmente defasados. Hoje os bancários estão numa situação vergonhosa, por conta das péssimas condições de trabalho. Se os banqueiros não quiserem ceder, tem que ter greve”, opinou uma funcionária com mais de nove anos de trabalho no BB.

“A greve é justa! Nosso salário está cada vez mais defasado e, enquanto isso, só recebemos cobranças e mais cobranças dos superiores”, desabafou outro funcionário. “Fica uma situação ruim quando eles não aceitam nossas reivindicações. Não estamos cobrando nada absurdo, apenas pedimos melhorias já que muito contribuímos para os lucros aumentarem”, disse uma bancária que também não será identificada.

Apoio popular

Os clientes, que esperavam a abertura da agência em frente ao prédio, também opinaram: “Os bancários têm o direito de fazer manifestações, pois necessitam de melhores salários e condições de trabalho. Mas nós clientes não podemos ser prejudicados. Peço que os banqueiros aceitem as propostas e melhorem para seus funcionários e para nós clientes também”, declarou uma cliente.

“Não sabia que a agência iria abrir só às 11h. Mesmo assim, acho justa a mobilização dos bancários”, falou outro.

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