Ademir, Denise, Zamin, Rocha, Celso, Mauro e Piroti na mesa de abertura
A Fetrafi-RS promoveu no último sábado, dia 20, o 19º Encontro Nacional dos Banrisulenses, no auditório do Hotel Embaixador, em Porto Alegre, com a participação de 400 funcionários do banco. O evento definiu a pauta específica de reivindicações e apontou as prioridades e estratégias para a Campanha Salarial deste ano.
Houve apresentação das premissas para o quadro de carreira, uma exposição sobre as perspectivas e os resultados da Fundação Banrisul, feita pelo presidente Jorge Berzagui.e pelo diretor Fábio Soares Alves, e um painel sobre a conjuntura econômica do Estado e o balanço semestral do banco, apresentado pelos economistas do Dieese Ricardo Franzói e Alex Leonardi.
Os banrisulenses decidiram participar da Campanha Nacional e negociar de forma concomitante a pauta específica que inclui temas como a remuneração total e a melhoria da saúde e da segurança bancária, dentre outros pontos.
“Uma das novas propostas aprovadas é criação de uma comissão tripartite para discutir a crise do plano de benefícios 1 da Fundação”, destaca o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha.
Defesa do banco público
A mesa de abertura do 19º Encontro foi integrada pelos diretores da Fetrafi-RS, Denise Corrêa e Carlos Augusto Rocha; pelo presidente do Banrisul, Túlio Zamin; pelos diretores da Contraf/CUT, Ademir Wiederkehr e Antonio Pirotti; pelo presidente do SindBancários, Mauro Salles e pelo presidente da CUT/RS, Celso Woyciechowski.
“Este evento unifica os colegas do Banrisul a uma causa comum, que é a luta por melhores salários, condições de trabalho e de vida. Também reforça e nos envolve na defesa do Banrisul como uma instituição pública. Ao longo dos últimos anos o banco perdeu este perfil, deixando de ser parceiro das pequenas comunidades. Queremos definir resoluções que ajudem a restaurar o papel do Banrisul e que indiquem uma nova maneira do banco se relacionar com trabalhadores, clientes e usuários. O Banrisul deve voltar a ser o primeiro banco do Estado”, disse Rocha.
Para Denise, “podemos dizer que o Banrisul só manteve até hoje como um banco estatal devido à força de vontade dos seus trabalhadores, que colocam a defesa da instituição acima de qualquer interesse corporativo. Estamos neste encontro para repassar a nossa pauta de reivindicações, que vai além das questões de remuneração. A pauta está inserida num contexto mais amplo de condições de trabalho”.
Mauro Salles, presidente recém-empossado do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, exaltou o protagonismo dos banrisulenses e as conquistas alcançadas graças à atitude efetiva dos trabalhadores nas mobilizações. “Chegou a hora de resolver os problemas acumulados pelos banrisulenses. A lucratividade e desempenho atingidos pelo banco são conquistas dos trabalhadores. Não é possível que a distribuição da remuneração variável não beneficie a maioria dos banrisulenses. Enquanto sindicato, a nossa postura é de luta, mobilização e organização da categoria”, ressaltou.
Presidente do Banrisul critica metas abusivas
O presidente do Banrisul, Túlio Zamin, falou da importância do diálogo entre a diretoria do Banrisul e seus funcionários. “Diálogo e luta: estes são os nossos desafios. Quando conseguimos sentar e dialogar, este é o primeiro passo importante porque mostra a predisposição de ambas as partes de buscar soluções. Estamos trabalhando para reforçar cada vez mais a missão e o caráter público do banco. Isso não vai ocorrer a qualquer preço”.
Zamin reconheceu que é preciso acabar com a cobrança de metas abusivas “que oprimem”. Segundo ele, “já discutimos critérios esta semana em uma reunião entre a área comercial do banco e o movimento sindical. Nosso objetivo é transformar isso em um compartilhamento de resultados. Teremos que discutir este tema com muita responsabilidade”, observou o presidente do Banrisul.
Ele também defendeu a ampliação da rede e anunciou a transformação de vários postos de atendimento em agências.
Inclusão bancária sem precarização e insegurança
Ademir destacou a importância do Banrisul como maior banco estadual do país no processo de inclusão bancária, salientando a existência de dezenas de municípios gaúchos sem unidades do Banrisul, como Alto Feliz. “Não queremos correspondentes, mas agências e postos de serviços, com bancários, qualidade de atendimento e segurança”, disse.
O diretor da Contraf-CUT frisou a necessidade de medidas concretas para combater o crime da “saidinha de banco”. Ele citou o exemplo do Banpará e do Banestes que instalaram biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas. “A vida das pessoas é o maior patrimônio que existe”, assinalou.
Piroti também reforçou o papel do Banrisul no processo de inclusão bancária e a sua manutenção como banco público, bem como apontou a oportunidade de melhorar as condições de saúde e trabalho e atender as demandas dos trabalhadores.
O presidente estadual da CUT ressaltou a importância do Banrisul como indutor do desenvolvimento econômico e social do Estado, garantindo crédito acessível, geração de empregos, redução das desigualdades regionais e distribuição de renda.