18° Encontro dos Banrisulenses aprova pauta de reivindicações específicas

O 18º Encontro Nacional dos Banrisulenses encerrou no final da tarde de sábado, dia 14, em Porto Alegre, com aprovação dos itens da pauta específica para a Campanha Nacional dos Bancários 2010. A mesa de trabalho da plenária final foi integrada pelos diretor Carlos Augusto Rocha, da Fetrafi-RS, pelo secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Fábio Soares Alves, pelo diretor da Contraf-CUT, Antônio Carlos Pirotti, e a presidenta do Sindicato dos Bancários de Rio Pardo, Bartira Ferreira.

O encontro, que ocorreu no Hotel Embaixador, aprovou ainda a pauta específica de reivindicações será entregue à direção do banco na próxima sexta-feira, dia 20, dentro das atividades de lançamento da campanha nacional no Rio Grande do Sul.

Os banrisulenses participantes do encontro reafirmaram a necessidade de valorização e respeito do quadro funcional, por isso uma série de mobilizações e atividades foram aprovadas para garantir junto ao banco o cumprimento e o atendimento das propostas.

O plenário deliberou um calendário de atividades de 16 de agosto a 10 de setembro, com caravanas em todas as agências do Banrisul no Interior e na Capital, com objetivo de divulgar a pauta específica, além de chamar os colegas à mobilização conjunto com os demais bancário do Brasil.

Ficou definido que campanha, caso não tenha suas questões de índice de reajuste, PLR e demais questões resolvidas de forma satisfatória, seja convocada assembleia até 15 de setembro para deliberar o indicativo de greve nacional.

A decisão será encaminhada para avaliação do Comando Nacional dos Bancários, para indicar o melhor período para se decretar a paralisação da categoria ainda no mês de setembro, antes da realização do primeiro turno das eleições.

Ainda foram aprovadas resoluções e moções pela luta em defesa do Banrisul público e sob o controle da sociedade gaúcha.

A pauta prevê temas como: quadro de carreira, saúde e condições de trabalho, segurança bancária, democratização do banco, estagiários, empréstimo retorno férias, prêmio desempenho, auxílio educação, auxílio refeição e alimentação, Fundação, Cabergs, isonomia, remuneração variável, perda acumulada Fenaban, assédio moral e assédio sexual, aditivo e concurso público. A integra do documento, elaborado pelo Comando Nacional dos Banrisulenses, Fetrafi-RS e Sindicatos Filiados, será disponibilizado a partir de segunda-feira, dia 16, pela Federação.

No final foram eleitos os representantes do Comando dos Banrisulenses, das comissões paritárias de Saúde e de Segurança Bancária. O Comando tem 23 integrantes (onze titulares e 12 suplentes), dez na Saúde (cinco titulares e cinco suplentes) e seis na Segurança (três titulares e três suplentes).

Abertura

A mesa de abertura foi composta pelos diretores Carlos Augusto Rocha e Denise Falkenberg, representando a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadores em Instituições Financeiras (Fetrafi-RS), Plínio Pavão, secretário de saúde da Contraf-CUT, Celso Woyciechowski, presidente da CUT-RS, Juberlei Baes Bacelo, presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, e Jorge Almir, funcionário do Banrisul.

Rocha saudou os participantes, destacando que o encontro acontece em um momento importante da Campanha Salarial 2010, desejando bons encaminhamentos, propostas e mobilização. “Que todos se envolvam de corpo e alma nesta campanha. O banco apresentou nesta semana um monumental lucro. Tudo com o trabalho e o sacrifício dos banrisulenses. A atual diretoria diz para o que veio, tirar o sangue, o suor e tranquilidade dos funcionários. Que tenhamos bons debates para se resolver alguns problemas que verificamos dentro do Banrisul”, afirmou.

O presidente do SindBancários, como anfitrião do encontro, saudou os presentes. “Gostaria de desejar uma boa estada para os companheiros do Interior. Entendo que este encontro tem duas tarefas prioritárias: primeiro o fortalecimento da nossa campanha nacional, que tem por objetivo conquistar um conjunto de reivindicações. A campanha será lançada no dia 20, com a perspectiva de vitória se tivermos como protagonistas os bancários. Em segundo, temos a tarefa de fazer um olhar interno para as condições de trabalho do Banrisul. A governadora, com muita pompa, anunciou um grande lucro, como se o resultado fosse de sua política. Se engana, o Banrisul continua público porque a política do partido dela foi derrotada aqui no RS”, disse Juberlei.

“Como sendo um dos únicos bancos estaduais que ainda resiste sob o controle do Estado, precisamos estar eternamente vigilantes. A melhor forma de mantermos o banco público é se avançar nas reivindicações específicas, na Fundação Banrisul, e nas demandas dos operadores de negócios. A cada conquista estaremos fortalecendo o papel público do nosso Banrisul”, salientou Juberlei.

O presidente citou a apresentação no dia 11, no CineBancários, do documentário A Década da Perversidade. “O documentário resgata um pouco da memória e o que significou o projeto neoliberal em nosso país. Eles vinham com o pelo de cordeiro, mas são os lobos que entregaram o nosso país. Devemos ter esse período presente em nossa memória para não permitir nenhum tipo de retrocesso”, recomendou.

Por fim, desejou a todos os bancários façam valer seus direitos nesta campanha. “Se vocês saírem daqui com esses objetivos, além da defesa de que o Banrisul é de todos os gaúchos e que tem que contribuir para o crescimento social e econômico de nosso Estado.”

O presidente da CUT-RS focou o papel do sistema financeiro. “Em primeiro lugar gostaria de dizer da expectativa do conjunto da sociedade para com os bancos públicos. E de que esse banco seja um instrumento de fomento ao desenvolvimento e não um olhar absoluto à lucratividade”, afirmou Woyciechowski.

Ele observou ainda que o Banrisul tem se desviado desse tema, especialmente nas regiões que mais necessitam o desenvolvimento e o financiamento. “Enquanto anuncia um lucro de R$ 305 milhões, tem pouca geração de emprego e mostra contradições nas relações de trabalho com seus servidores. Que este encontro, além de contribuir para as demandas específicas, das relações democráticas com a direção, mobilize todos para as transformação que desejamos e necessitamos. O banco deve começar a olhar para as pessoas e não somente o lucro”, completou.

Além do prazer de estar em Porto Alegre representando a Contraf-CUT, Plínio parabenizou os banrisulenses pelo encontro, o grande acúmulo e o nível de organização. “Neste início de campanha, os companheiros gaúchos estão envolvidos nessa luta, contribuindo e mostrando a importância desse segmento para o quadro da categoria nacional.”

Nos últimos sete anos, na sua avaliação, os bancários têm obtido saltos importantes. “De 2004 para cá, avançamos num processo de unificação. A categoria unida conquista e pode mais. O momento é de mobilização. Quando chegamos na campanha temos um nível de amadurecimento para trazer ganhos a todos. Bom trabalho e um debate fraterno. E que as divergências sirvam para vocês chegarem a boas resoluções para o conjunto da categoria bancária”, frisou Plínio.

Denise disse que a oportunidade era de reafirmar as pautas e a importância do encontro dos banrisulenses, principalmente neste momento conjuntural, com eleições e processos antagônicos em disputa na sociedade. “Estamos abrindo nossa campanha, reivindicando melhores salários, condições de trabalho e pautas importantes de diversidade. Os bancos são o retrato típico da desigualdade, contra as mulheres, os homoafetivos e negros, que ganham cerca de 25% a menos. Esse dinheiro volta para engordar o lucro dos patrões. Vamos lutar para acabar com essas discriminações.”

Por fim, desejou um bom encontro a todos. “Que tenhamos um momento rico de discussão. Estamos na 18ª edição, ou seja, na maioridade. Portante temos maturidade de experiência e de lutas, para avançarmos em nossas reivindicações e sermos valorizados”, completou a diretora da Fetrafi-RS.

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