Na quarta-feira 6, a greve nacional dos bancários em Sergipe foi voltada mais intensamente para o Banco do Estado de Sergipe – Banese. De forma irreverente, os bancários realizaram a lavagem da calçada do Banese Central. Com o suporte de um carro pipa e munidos com vassouras, detergente, desinfetante e muita disposição, os militantes tiraram a crosta de sujeira comum naquela calçada, que toda noite é ponto de mendigos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe, José Souza, a lavagem significou também a preocupação com a população que passa diariamente por aquele local, que amanhece impregnado de forte odor. “Pelo segundo ano fizemos a lavagem do Banese Central, com a participação dos bancários. A lavagem não foi somente para tirar a sujeira da calçada e das paredes do banco, mas para motivar o bancário, de forma criativa, exigindo negociação com o banco e mais transparência”, explica José Souza.
“A lavagem foi um sucesso total. Tivemos o apoio dos funcionários, dos clientes e da população que passou pelo local. Foi uma forma alegre de demonstrar a nossa insatisfação com a forma que a direção do banco encontrou para obstruir o direito democrático e constitucional dos trabalhadores fazerem greve”, diz Ivânia Pereira, diretora do Sindicato e funcionária do Banese.
Ivânia se refere ao pedido de interdito proibitório que o Banese solicitou à Justiça para barrar a greve. “O banco lançou mão de instrumentos antidemocráticos e arcaicos, que foram utilizados no passado para resolveres litígios relacionados a apropriação de propriedades alheias, alegando que os bancários estavam ameaçando o patrimônio do banco. Isso é um absurdo”, acrescenta.
Porém, a juíza do Trabalho Kátia Nascimento negou o pedido de interdito proibitório. “A Justiça, guardiã dos direitos constitucionais, não reconheceu a demanda do banco por falta de provas consistentes, negando o pedido de liminar”, comemora Ivânia.