A CUT (Central Única dos Trabalhadores) é contra a utilização de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em operações de fusão de empresas do setor privado. É preciso ficar claro, de uma vez por todas, que não é papel do BNDES patrocinar negócios bilionários como o que vem sendo discutido entre os grupos varejistas Pão de Açúcar e Carrefour.
Quem ganha com isso? Qual o beneficio para a sociedade? Essa concentração em verdadeiros monopólios não vai fazer com que os preços aos consumidores sejam cada vez mais elevados?
Além disso, independentemente de se usar ou não recursos do BNDES, os trabalhadores precisam ser ouvidos sobre qualquer proposta de fusão. É preciso ter garantia de emprego, de ambiente e condições dignas de trabalho, de saúde e segurança.
O BNDES, financiado, em parte, com recursos do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador, tem um papel fundamental, que é ser um instrumento de financiamento de longo prazo para todos os segmentos da economia, com políticas realmente focadas nas dimensões social, regional e ambiental, como diz o site do banco. Se trata de discutir que modelo de desenvolvimento queremos para o Brasil. Ampliar os investimentos no social, na economia solidária, nas micro e pequenas empresas, no desenvolvimento regional faz parte desse debate.
Neste sentido, a CUT defende a transparência e o estabelecimento de formas de controle sobre a gestão dos recursos e mecanismos de aferição dos resultados de todas as operações realizadas pelo BNDES em termos socioeconômicos, como a geração de emprego decente, a democracia nas relações de trabalho e as contrapartidas sociais e ambientais.
Artur Henrique, presidente nacional da CUT