Valor Econômico
Mônica Izaguirre e Murilo Rodrigues Alves
A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil estudam a possibilidade de compartilhar “desde serviços de transportes de valores até a aquisição de suprimentos”, disse nesta quarta-feira o presidente da Caixa, Jorge Hereda. Ele falou após a inauguração de datacenter que abrigará e dará suporte aos equipamentos de tecnologia da informação das duas instituições financeiras.
Segundo Hereda, a intenção da Caixa é fazer parcerias principalmente na área de logística, o que inclui serviços de transporte de valores.
Também estava presente no evento o presidente do BB, Aldemir Bendine. Ele acrescentou que ainda não pode adiantar detalhes mas que, dentro dos limites concorrenciais, os dois bancos públicos tentarão compartilhar tudo que for possível para economizar, podendo inclusive fazer compras comuns para ganhar mais escala.
Hoje, além do datacenter, as duas instituições compartilham terminais de autoatendimento.
Segundo Hereda, a Caixa poderá quadruplicar até o fim do ano sua capacidade de processamento de dados com o novo datacenter, juntamente com outro centro de tecnologia em construção na capital do país.
O quartel-general conjunto das operações de tecnologia da informação do Banco do Brasil e da Caixa tem 25 mil metros quadrados e 100 km de fibras óticas, conforme já publicado pelo do Valor. A expectativa dos executivos dos bancos públicos é que o centro dê suporte para a expansão dos negócios nos próximos 15 anos.
Bendine defendeu o compartilhamento de infraestrutura entre os dois bancos. “Não tenho dúvida de que o ganho de eficiência será revertido num curto espaço de tempo”, afirmou. Também elogiou a forma como o datacenter foi construído e será mantido, via parceria público-privada.
O investimento envolve pagamentos recíprocos entre os dois bancos e a GBT, empresa criada pelo consórcio que venceu o edital para construir o centro, por meio de parceria público-privada. O consórcio é formado por BVA Empreendimentos, GCE e Termoeste. A GBT financiou as obras, que custaram R$ 320 milhões. O BB pagará 80% desse montante e a Caixa, 20%.
O BB estima economizar 12,5% dos custos de infraestrutura com o compartilhamento.