Bancários paralisaram as atividades do posto do Itaú da Santa Casa de Porto Alegre na manhã desta segunda-feira, dia 8, por falta de segurança. Funcionários e clientes foram ameaçados por três criminosos na última sexta-feira, dia 5, e os dirigentes sindicais cobram da diretoria do banco que sejam adotadas medidas urgentes para solucionar os problemas. Três homens armados protagonizaram o ataque. Um ingressou no posto e dois ficaram no auto-atendimento, quando renderam e ameaçaram clientes e funcionários. O trio fugiu a pé. A polícia faz buscas na região. Na agência do Itaú da Praça da Alfândega, houve uma tentativa de assalto logo em seguida.
A diretora do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) e funcionária do Itaú, Cátia Cilene, lamenta a situação. “Novamente precisa ocorrer um assalto, com pessoas sendo ameaçadas com arma na cara, para denunciaramos que não há sistema de monitoramento interno por vídeo, porta-giratória antes do auto-atendimento e reduzido número de vigilantes”, reclama a dirigente.
Trabalhadores, clientes e usuários do sistema financeiro têm sido constantes vítimas da violência, fruto do total descaso com que é tratada a segurança, tanto pelos bancos como pelo Governo do Estado. O alerta para a necessidade de reforço de policiamento nos primeiros dias do mês, quando aumenta a ação dos bandidos em postos e agências em função do pagamento de salários, tem sido em vão.
Os casos foram verificados quinta-feira no Banrisul, agência Centro de Canoas; e nesta sexta ao Itaú, agências da Santa Casa e Praça da Alfândega; Sicredi de Ivorá; e ao Bradesco de Cotiporã e Pelotas.
Apesar do aumento da violência, o Grupo de Trabalho de Segurança Bancária, coordenado pela Secretaria da Segurança Pública, integrado pela Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, bancos, bancários e vigilantes, não se reúne desde o dia 6 de março, praticamente seis meses. E não é por falta de pedidos.
Já foram feitos vários contatos solicitando a retomada imediata dos encontros. O último pedido ocorreu em 8 de agosto, quando o SindBancários protocolou ofício junto ao novo secretário, general Edson de Oliveira Goularte, pedindo uma reunião emergencial para discutir ações para enfrentar a violência e proteger a vida de trabalhadores e clientes. Não houve resposta até agora.
Os banqueiros também são culpados pela situação. Segurança contra assaltos é um dos itens prioritários da Campanha Nacional dos Bancários 2008. É inadmissível que o setor que mais lucra no Brasil foram mais de R$ 16 bilhões apenas no primeiro semestre desse ano não destine parte de sua fortuna para garantir a vida das pessoas.
Faltam vigilantes, não há câmeras de vídeo para monitoramento na maioria dos postos e agências e nem portas giratórias na entrada do auto-atendimento. Assim, fica fácil para os bandidos, que têm total liberdade para agir, sem qualquer tipo de empecilho. Na última terça-feira, dia 2, 12 bancos foram multados em R$ 2,525 milhões por descumprimento das normas de segurança.
Estatística do medo – setembro de 2008
1. Dia 1: Banco do Brasil – Porto Alegre (posto dos Correios): assalto
2. Dia 1: Unibanco – Montenegro: assalto
3. Dia 2: Banrisul – Tenente Portela: assalto com troca de tiros
4. Dia 4: Banrisul – Canoas (agência Centro): assalto
5. Dia 5: Itaú – Porto Alegre (agência da Santa Casa): assalto
6. Dia 5: Itaú – Porto Alegre (agência Praça da Alfândega): tentativa de assalto
7. Dia 5: Bradesco – Cotiporã: roubo de caixa eletrônico
8. Dia 5: Bradesco – Pelotas: assalto
9. Dia 5: Sicredi – Ivorá: assalto