Em 1994, durante o período neoliberal no Brasil, o Banco da Amazônia implemen-tou de forma unilateral, sem nenhum diálogo com a categoria, o último Plano de Cargos, Carreiras e Salários da instituição. De lá para cá, 17 anos se passaram sem que nenhuma atualização fosse feita neste plano.
Mas em 2010, a vitoriosa greve no Banco da Amazônia arrancou um acordo trabalhista que prevê para a partir de março deste ano a constituição de uma mesa específica para trabalhar o PCCS do Banco. E nesse sentido, o Sindicato dos Bancários do Pará, a Fetec-Centro Norte e a Contraf-CUT organizaram no último sábado (19) um seminário realizado no Hotel Beira Rio, em Belém, para tratar especificamente deste assunto. O tema da atividade foi “PCCS do Banco da Amazônia – Construindo a carreira com transparência e valorização salarial”.
O evento contou com a participação de mais de 60 empregados e empregadas do Banco da Amazônia, inclusive com representantes dos Estados do Acre e Rondônia, que durante todo o dia discutiram quais seriam as diretrizes para o melhor PCCS para os empregados.
Na abertura do evento, a saudação aos participantes foi feita pela presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim e pelo vice-presidente da Fetec-CN, Sérgio Trindade. O secretário de organização da Contraf-CUT, Miguel Pereira, teve atraso no seu voo mas pôde fazer sua saudação logo que chegou ao seminário. O presidente da AEBA, Silvio Kaner, também falou aos presentes na abertura dos trabalhos.
Em seguida, o primeiro painel de debates tratou sobre a composição de um PCCS e trouxe experiências de bancos federais. Marcelo Carrion, membro da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, e Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários doo Banco do Brasil, trouxeram contribuições sobre a estrutura do PCCS em seus respectivos bancos e a luta da categoria para a melhoria dos mesmos.
Outro painel do seminário foi sobre pontos positivos e negativos no atual PCCS do Banco da Amazônia. O diretor financeiro do Sindicato e empregado do Banco, Rômulo Weyl, apresentou tais pontos e as principais características do plano ainda vigente.
Ele também falou das principais dificuldades que o pessoal do Quadro de Apoio (QA), assim como os Técnicos Bancários (TB) e Técnicos Científicos (TC) sofrem com o PCCS do Banco, com o piso salarial defasado, falta de oportunidade para promoções, ausência de plano de funções, dentre outras. Quem também contribuiu com este segundo painel foi o técnico do Dieese especialista em PCCS, Roberto Sugiyama. Ele falou sobre a importância de lutar por um PCCS na atual conjuntura nacional.
Após o almoço, os participantes dividiram-se em grupos de acordo com suas funções (QA, TB’s e TC’s), os quais formularam propostas para embasar as negociações das entidades sindicais com a direção do Banco da Amazônia, em busca de um PCCS que contemple aos principais anseios da categoria. Essas propostas serão sistematizadas pelo Sindicato e em breve estarão sendo disponibilizadas para a categoria.
Avaliações
Ao final do seminário, foram feitas algumas avaliações sobre a atividade e sobre a importância de se lutar por um melhor PCCS no Banco da Amazônia.
“É o PCCS que determina a composição de cargos e funções, a jornada de trabalho, os mecanismos de evolução funcional, avaliação de desempenho, estrutura da carreira etc. Por isso, é fundamental que os empregados do Banco da Amazônia tenham ciência disso para lutar pela melhoria do seu PCCS, que há 17 anos não é atualizado. Essa foi a proposta do Sindicato com a realização deste seminário”, afirma Rosalina Amorim, presidenta do Sindicato.
Já o vice-presidente do Sindicato e da Fetec-CN e empregado do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade, comentou que as discussões sobre o PCCS têm prazo estabelecido pelo acordo coletivo para iniciar ainda no mês de março e que o seminário foi o pontapé inicial para construção de um PCCS do Banco que corrija as distorções e dafasagens salariais e se apresente promissor para o encarreiramento dentro da empresa.
“O Sindicato já oficializou ao Banco o pedido para compor a mesa específica ainda em março, para iniciarmos o PCCS. Mas o movimento sindical já deu início a esse processo de construção com a realização deste seminário, pois queremos que os empregados do Banco tenham uma visão ampla do assunto, e que possam contribuir com elementos consistentes, de forma democrática, onde todos os quadros do banco possam participar da construção do Plano”, destaca.