Cinco agências do Itaú Unibanco tiveram o início do expediente externo atrasados nesta quarta-feira, dia 18, dentro das atividades do Dia Nacional de Luta, em Porto Alegre. O protesto, com a participação de diretores do SindBancários e da Fetrafi-RS, denunciou as demissões, as metas abusivas, a jornada excessiva e o desrespeito aos clientes. Durante a manifestação, o público pode acessar os terminais de autoatendimento.
Após encerrar 2010 com o lucro recorde de R$ 13,3 bilhões, e anunciar um resultado de R$ 3,53 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com crescimento de 9,15% em relação ao mesmo período do ano anterior, o banco reduz o seu quadro funcional e prejudica o atendimento.
Apenas neste mês de maio, 15 demissões foram homologadas na capital gaúcha. Este tem sido o procedimento do Itaú Unibanco em todas as localidades onde opera no país.
As dispensas vem ocorrendo sem respeitar o que foi discutido na mesa de negociações: que todo bancário tenha o direito de passar pelo Centro de Realocação, criado após a fusão com o Unibanco.
“O resultado financeiro demonstra a dedicação dos bancários. E a ganância do banco fica evidente, pois com os juros e tarifas cobradas o Itaú poderia arcar com duas folhas de pagamento idênticas a que mantinham no momento da fusão”, destacou o diretor do SindBancários e funcionário do Itaú Unibanco, Antônio Augusto Borges de Borges, o Guto.
Segundo o secretário-Geral do SindBancários e funcionário do Itaú, Sandro Ferreira, o slogam do Itaú se contradiz. “Ao invés de ‘Feito para você’ é realmente feito para extorquir a população com taxas abusivas e explorar os funcionários com imposição de metas absurdas, assédio moral, acúmulo de funções sem remuneração e, agora, com o número cada vez maior de demissões sem justa causa”, declarou.
“As demissões, especialmente de funcionários com idade superior a 40 anos, muitos destes a pouco tempo da aposentadoria, representa no mínimo um desrespeito. O mercado é discriminatório e estas pessoas terão muitas dificuldades para conseguirem uma nova colocação”, observou o diretor do SindBancários e funcionário do Itaú Unibanco, Célio Romeu dos Santos.
“Este é o início de uma reação em favor dos trabalhadores. Queremos dialogar. Temos que chegar a uma solução que não prejudique os bancários e bancárias que dedicaram boa parte de suas vidas ao crescimento do banco”, afirma a diretora do SindBancários e funcionária do Itaú Unibanco, Cátia Cilene Nunes.
“No mínimo esperamos ser atendidos pelo Departamento de Relações Sindicais do banco, pois as nossas solicitações para o diálogo, até o momento, foram ignoradas”, disse a diretora da Fetrafi-RS e funcionária do banco, Isis Garcia Marques.