Em sua publicidade, o Bradesco se autodenomina como o banco completo. Mas é no dia a dia que ele revela a sua real completude. A exemplo dos últimos anos, nesta Campanha Nacional dos Bancários, o banco volta a liderar o ranking de truculência e desrespeitos aos trabalhadores.
Práticas de uso indevido de interditos, de força policial, contingenciamentos e pressões das chefias, inclusive com assédio moral, têm se multiplicado nos diversos locais de trabalho do Bradesco de forma a coibir o direito legítimo dos trabalhadores, de irem à greve como forma de pressionar por avanços nas negociações.
Um exemplo da truculência ocorreu no início da manhã desta terça-feira (29), na agência Centro de Catanduva (SP), sob o comando dos gerentes Dario Gonzaga de Souza (administrativo), Valnei Sérgio Sachi (geral) e Charles Alves de Queiróz (Prime).
“Os gerentes armaram um verdadeiro palco de pressões, impedindo os funcionários de sequer participarem da reunião matinal que, desde o início da greve, vem sendo realizada pelo sindicato. Em voz alta, ordenaram aos trabalhadores que entrassem, afirmando que a agência seria aberta de todo jeito. E, como se não bastasse, acionaram a Polícia Militar provocando um verdadeiro tumulto”, relata Roberto Carlos Vicentim, dirigente do Seeb/Catanduva.
Ao classificar a postura de terrorista, Vicentim também denuncia a concorrência desleal que o Bradesco adota para ganhar clientes de outros bancos. “Os gerentes estão convidando clientes de outras instituições a abrirem conta no Bradesco, com a alegação de que neste banco não acontece greve nem baderna, conforme termo usado por eles”.
Para o secretário geral da Fetec/CUT-SP, Pedro Sardi, essa forma de prospecção de clientes é uma concorrência duplamente desleal. “Trata-se de um verdadeiro abuso de poder com vistas ao domínio de mercado, o que fere os bons costumes e direitos econômicos dos concorrentes. Isso, sem contar a traição para com os trabalhadores que, em greve, só buscam melhores condições de salário e de trabalho”, denuncia Sardi.