Mobilização percorreu “Predião” do Banco do Brasil em Alagoas
Bancários realizaram ato no prédio central do Banco do Brasil em Maceió nesta quarta-feira (6), contra a perseguição e o processo de demissão da sindicalista Arivoneide Moraes, diretora Sindicato dos Bancários de Alagoas e da Contraf-CUT, que defendeu direitos dos bancários concursados.
Com faixas de críticas ao BB, diretores do Sindicato percorreram todos os andares do ‘Predião’, inclusive os da superintendência, condenando a postura antiética, autoritária, truculenta e antissindical da diretoria da instituição.
Durante os protestos, os dirigentes sindicais ganharam o apoio do conjunto do funcionalismo, que promete se engajar na luta em defesa da sindicalista e pela sua reintegração. Outras ações políticas, além das jurídicas e administrativas, serão implementadas pelo Sindicato, como a paralisação de agências e de outras unidades do BB.
“Estamos apenas começando. O movimento vai continuar e endurecer.
Faremos o que for preciso para fazer justiça à companheira. Não aceitaremos perseguição à dirigente sindical ou a qualquer funcionário do BB”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários de Alagoas, Jairo França.
Para a dirigente sindical Arivoneide Moraes, o Banco do Brasil “feriu de morte” o movimento sindical bancário nacional e a resposta virá na mesma intensidade.
“A intenção foi nos intimidar, mas não nos intimidaremos. A partir de agora, vamos intensificar o movimento contra essa política de agressão aos funcionários e aos dirigentes sindicais, que vem crescendo dentro do banco”, ressalta Arivoneide.
Classificado pelos manifestantes como ‘Bradesco Estatal’, o Banco do Brasil foi denunciado durante os protestos por liderar a prática de assédio moral entre as instituições financeiras, superando bancos privados. O ataque contra sindicalistas em Alagoas e outros estados é visto pelo Sindicato como uma forma de intimidar também os funcionários, espalhando um clima de medo nas unidades.
“Se a diretoria do banco faz isto com sindicalistas, que têm imunidade, imagine o que pode fazer com os demais funcionários. Esse tipo de atitude não pode prosperar, razão pela qual todos devemos protestar e combater “, acrescentou Jairo França.
A Demissão
Arivoneide Moraes foi demitida pelo BB após tornar público, com prova documental, que havia vagas no banco para concursados de 2012. Naquele momento, o banco ignorava o direito dos concursados de serem nomeados e já lançava um edital para novo concurso público. Com provas a seu favor, concursados de 2012 acionaram o banco na Justiça, que determinou a imediata contratação dos requerentes.
“Qual é o crime em querer garantir os direitos dos concursados, ampliar o quadro de pessoal do banco e melhorar as condições de trabalho?”, indaga o presidente do Sindicato. “Essas são bandeiras do movimento sindical bancário em âmbito nacional e a ‘falha’ da diretora da Contraf-CUT, apontada pelo banco, foi querer fazer justiça. Ela fez justiça e está sendo tratada com injustiça”, completou.
No processo de demissão contra a dirigente sindical, o banco a acusa de falta de ética por tornar público uma informação institucional. Mas não agiu com respeito e ética ao tentar prejudicar os concursados.
“A postura antiética da diretoria do BB também é evidente ao desconsiderar as prerrogativas do dirigente sindical, cuja função é fiscalizar a empresa e defender os direitos dos trabalhadores”, afirma Jairo França.
O Sindicato dos Bancários de Alagoas já recorreu à justiça para reverter a demissão da diretora.
“Temos certeza de que a sentença nos será favorável. Mas isso não basta. Vamos à luta para combater a gestão autoritária, a intimidação, o assédio moral e as práticas antissindicais que assolam o BB. Para isto, contamos com o apoio de todos os funcionários do banco”, conclui o presidente do Sindicato.