Bancários protestam e exigem mais PLR e fim das demissões no Santander

Bancários do Santander de todo o país estiveram mobilizados nesta terça-feira, 19, em Dia Nacional de Lutas. Os trabalhadores reivindicam o pagamento do Adicional de PLR e o fim das demissões, que já vitimaram cerca de mil empregados no banco somente este ano.

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Diversas bases sindicais participaram das manifestações. Em São Paulo, houve atos nas principais concentrações do banco: Centro Administrativo Santander (1, 2, 3, 4 e da Bráulio Gomes), matriz e Majolão do Real. Depois, em mutirão, os dirigentes sindicais percorreram dezenas de agências nas zonas Norte, Sul, Leste, Norte, Centro, Paulista e Osasco, batendo latas e fazendo a leitura do manifesto com funcionários e clientes.

No Rio de Janeiro, os trabalhadores paralisaram com retardamento da abertura das principais agências do Real (Avenida Rio Branco) e do Santander (Praça Pio X). Também ocorreram atividades em Santo André, Catanduva, Jundiaí, Taubaté, Campo Mourão e outros locais.

Os funcionários do banco espanhol não aceitam ser as únicas vítimas da misteriosa redução do lucro no balanço de 2008, que resultou em queda na PLR dos trabalhadores. Cerca de R$ 2 bilhões desapareceram se comparado o lucro final com previsões feitas pela empresa durante o ano. O próprio presidente do banco, Emílio Botin, dissera esperar um resultado na casa dos R$ 4,8 bilhões. O lucro divulgado foi de R$ 2,759 bilhões.

Parte do “sumiço” veio por conta da amortização do ágio de R$ 26,3 bilhões da compra do banco Real e da ABN Amro Brasil Dois Participações, dos quais R$ R$ 571 milhões foram lançados no balanço de 2008. Segundo a legislação, o banco pode abater o valor em até dez anos, o que significa uma média anual de R$ 2,6 bilhões.

Enquanto os bancários ficaram sem o Adicional de PLR, o banco foi bastante generoso com seus executivos. Além de ter pago bônus semestrais de até R$ 1,4 milhão para superintendentes, o Santander aprovou em assembléia de acionistas o montante anual de R$ 223,8 milhões para 26 diretores-executivos, o que representa uma média anual de R$ 8,6 milhões para cada um.

“Se o banco manteve o pagamento de dividendos a seus acionistas e segue remunerando generosamente os seus executivos, não pode alegar falta de dinheiro para melhorar a PLR dos trabalhadores, principais responsáveis pelos lucros da empresa”, afirma Ademir Wiederkehr, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e funcionário do Santander.

Demissões

Os trabalhadores também cobraram a suspensão do processo silencioso de demissões que vem acontecendo no banco espanhol. Cerca de mil funcionários perderam seus empregos apenas nos três primeiros meses de 2009. Estas demissões estão acontecendo apesar das negociações entre banco e trabalhadores que resultaram na criação de mecanismos para evitar o fechamento de postos de trabalho, como o centro de realocação, a licença remunerada pré-aposentadoria (“pijama”) e o bônus de antecipação de aposentadoria.

Negociação

Uma nova reunião do Comitê de Relações Trabalhistas do Santander está prevista para o próximo dia 26, em São Paulo. Os funcionários voltarão a cobrar do banco o fim das demissões e a melhoria da PLR, itens que ficaram em aberto no último encontro.

Manifesto dos Trabalhadores do Santander

Nós, trabalhadores do Santander, estamos protestando em nível nacional contra a política do banco espanhol de desrespeito para com os trabalhadores brasileiros ao demitir milhares de pais e mães de família, apesar das inúmeras negociações feitas com o objetivo de realocar funcionários, gerar vagas e evitar demissões.

O Santander está fazendo dispensas, mesmo sabendo que há falta de empregados na rede de agências para atender melhor os clientes e a população, obrigando os bancários a um ritmo desumano de trabalho e a jornadas excessivas, causando o aumento do número de doentes.

Esse mesmo banco espanhol que demite aqui no Brasil, mas que não faz isso na Espanha, paga uma renda anual média de R$ 8,6 milhões para cada um dos seus 26 diretores-executivos e bônus semestrais de até R$ 1,4 milhão para os seus superintendentes. Enquanto isso, o banco se nega a pagar Participação nos Lucros e Resultados (PLR) justa aos trabalhadores, alegando não ter dinheiro. Essa política discriminatória de premiação pelo cumprimento de metas gera terrorismo moral nas agências.

Queremos o fim das demissões e da exploração, o pagamento justo pelo nosso trabalho e a melhoria do atendimento aos clientes, com a redução dos juros, tarifas e filas.

Santander, respeite o Brasil e os brasileiros!

São Paulo, 19 de maio de 2009.

Contraf-CUT
Federações e Sindicatos de Bancários
Afubesp

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