Mais dois assaltos a agências do interior da Bahia deixam a população assustada. Em dois dias consecutivos, as agências do Banco do Brasil de duas cidades de nossa base, Paramirim e Ibicuí, foram assaltadas.
Em Paramirim, na terça-feira (5), bandidos produziram cenas de terror: armados, eles chegaram atirando para o alto e dando rajadas de metralhadoras nos vidros das portas do banco que vieram ao chão, deixando a comunidade e os bancários em choque. Roubaram todo o dinheiro da agência do Banco do Brasil, inclusive o dos caixas eletrônicos. Os assaltantes fugiram levando cerca de dez reféns, que libertaram na saída da cidade.
Esse é o segundo assalto em cinco meses. Desta vez, segundo informações, os bandidos levaram uma grande quantidade de dinheiro, uma vez que o banco efetuava o pagamento da folha dos funcionários das prefeituras. O valor exato não foi divulgado. Pessoas que estavam na agência no momento do assalto, contam que foram momentos de muita tensão. “É uma população pacata nas mãos de bandidos armados, ameaçando os presentes. A sensação dos reféns e funcionários é a pior possível, pois, sabem que, a qualquer momento, poderiam levar um tiro e morrer”.
Em Ibicuí a situação se repetiu. Às 11 horas da manhã de ontem (06), um grupo de quatro homens armados pararam um carro em frente à agência do Banco do Brasil e começaram a dar tiros para o alto. Na ocasião, funcionários e o gerente da agência entraram no almoxarifado, mas foram seguidos pelos assaltantes que procuravam pelo gerente. Este foi obrigado a levar os bandidos até o cofre que, no momento, estava aberto devido ao abastecimento dos caixas eletrônicos. O valor não foi divulgado.
Os bandidos levaram dois vigilantes e um bancário como refém, libertados logo depois. Segundo informações, eles fugiram em direção a Ibitupã.
Repercussão
O superintendente Regional do Banco do Brasil, Paulo Tadeu, disse que está muito preocupado com essa situação, com a falta de segurança nas cidades de pequeno porte, o que facilita a ação de bandidos. De acordo com Tadeu, o fechamento de agências dessas cidades não é a solução para o problema e que o banco vai entrar em contato com a Secretária de Segurança Pública (SSP) do Estado em caráter de urgência.
Desde o ano passado, quando houve vários assaltos a agências da base, o Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região enviou várias correspondências à SSP, à Superintendência Estadual do Banco do Brasil, às Prefeituras e às Câmaras Municipais solicitando providências no tocante à segurança da cidade e das agências bancárias. No entanto, até o momento, nada foi feito e os assaltos continuam acontecendo, deixando os trabalhadores e a comunidade em pânico.
Segundo o artigo 21 da a Lei 8213/91, os assaltos à agências bancários se equiparam ao acidente do trabalho. Diz o texto “(…) Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: (…) II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; (…)”
O Acordo Coletivo do BB afirma, dentre outras coisas, que o banco assegurará assistência médica e psicológica, por prazo não superior a um ano, a funcionários ou seus dependentes vítima de assalto ou sequestro em agências.
Para o presidente do Sindicato de Vitória da Conquista, Delson Coêlho, “os responsáveis pela segurança precisam entender de uma vez por todas que é necessário incluir os trabalhadores na discussão do sistema de segurança, o sindicato está a disposição para isso”