O assédio moral e metas abusivas são velhos conhecidos dos bancários. Os trabalhadores da categoria figuram entre os que mais sofrem com o adoecimento por transtornos mentais causados principalmente pela pressão diária para o cumprimento de metas individuais. Para mudar essa realidade, o Sindicato dos Bancários de São Paulo lança nesta quarta, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, a campanha Menos Metas, Mais Saúde.
O ato de lançamento será realizado a partir das 12h, na Praça do Patriarca, região central da capital paulista. Às 18h30, o tema será debatido na sede do Sindicato com o juiz Luis Paulo Pasotti Valente, titular da 41ª Vara do Trabalho de São Paulo e vice-presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 2ª Região (Amatra II). O debate será no Auditório Azul, na sede do Sindicato (Rua São Bento, 413) e contará com transmissão ao vivo pelo site: www.spbancarios.com.br
Durante o ato no Centro, serão distribuídos além de camisetas e chaveiros de promoção da campanha, folder aos bancários e à população que alerta sobre como a imposição de metas e o assédio são praticados, bem como orientações e sugestões de medidas para combater esse mal.
A campanha, que nas próximas semanas será levada a várias regiões do município de São Paulo e cidades vizinhas como Osasco, base de atuação do Sindicato, faz parte da Campanha Nacional dos Bancários. As reivindicações da categoria serão colocadas na mesa de negociação com a Federação dos Bancos (Fenaban), marcada para o dia 20 de abril.
Dados
Em 2008, foram registrados 747,7 mil acidentes do trabalho. Na distribuição por setor de atividade econômica, o setor de serviços – onde estão incluídos os bancários – respondeu por 50% do total de acidentes do trabalho.
O setor de indústrias por 46,1% e o setor agrícola por 3,9%. Ainda de acordo com informação da Previdência Social, os subsetores “atividades financeiras e de seguros” responderam por 12,8% do total das doenças relacionadas com o trabalho.
Em 2009, os bancários responderam a uma consulta que priorizou alguns temas a serem discutidos na campanha nacional: 69% dos que opinaram definiram debater as metas abusivas como demanda principal.
“Estamos dando continuidade à luta contra o assédio moral e discutindo com a categoria uma das principais causas desse mal, a cobrança por metas abusivas”, diz o secretário de Saúde do Sindicato, Walcir Previtale. “Queremos fazer um alerta aos banqueiros e a toda sociedade sobre os riscos que os bancários correm quando sacrificam sua vida pessoal pressionados para vender números inalcançáveis de produtos”, afirma.
O presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, destaca a necessidade de se combater a aplicação e cobrança das metas individuais. “Temos propostas para que essa situação seja modificada e a saúde dos bancários preservada. É assim que vamos defender na negociação com federação dos bancos”, ressaltou.