O Banco do Brasil apresentou lucro líquido ajustado de R$ 8,347 bilhões nos nove primeiros meses de 2012, o que representa uma queda de 4,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Considerando apenas o terceiro trimestre do ano, no entanto, o lucro líquido ajustado apresentou crescimento de 3,3% ante o mesmo período de 2011, atingindo o valor de R$ 2,657 bilhões.
As despesas de Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) cresceram 23,3% no acumulado do ano e 2,4% ante o segundo trimestre deste ano. O valor chegou a R$ 10,549 bilhões nos nove primeiros meses de 2012, enquanto no mesmo período de 2011 havida sido de R$ 8,764 bilhões.
O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio (RSPL) foi de 18,7%. E a margem financeira bruta (diferença entre as receitas de intermediação financeira e as despesas de captação do banco) encerrou os nove primeiros meses de 2012 em R$ 34,375 bilhões, com elevação de 13,4% sobre o mesmo período do ano passado.
“O resultado do BB mostra que, mesmo com os desafios do governo de reduzir as taxas de juros, spread e tarifas via bancos públicos para balizar o mercado, os bancos conseguem manter um resultado expressivo”, avalia William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.
Inadimplência estável
O indicador de inadimplência do BB acima de 90 dias permaneceu praticamente estável em 2,17% (1,81%, excluindo-se as operações do BV) e abaixo da média do sistema financeiro nacional, que atingiu 3,77% no mesmo período.
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 18% no acumulado do ano, atingindo R$ 15,587 bilhões.
Os ativos totais do Banco do Brasil superaram R$ 1,1 trilhão, o que representou expansão de 16,2% sobre setembro de 2011.
“A inadimplência do BB é pequena porque a avaliação de crédito é feita por bancários competentes e não por empresas terceirizadas, o que é um diferencial do banco. Isso também mostra que o BB está equivocado em terceirizar outros serviços”, acrescenta William.
A carteira de crédito ampliada atingiu R$ 532,3 bilhões no terceiro trimestre, com expansão de 20,5% em doze meses e 4,7% em relação ao observado em junho. Outro destaque foi a carteira de crédito no exterior que atingiu R$ 41,464 bilhões, com crescimento de 36,4% em relação a setembro.
O impacto da Previ no resultado do BB caiu 56,4% nos nove primeiros meses do ano, com relação a mesmo período de 2011. Isso se deu principalmente por queda no resultado esperado sobre ativos do plano, além de outras atualizações de ativo atuarial.
O BB distribui 40% do lucro líquido a seus acionistas e destinou R$ 3,344 bilhões em remuneração, sendo R$ 836 milhões em dividendos e R$ 2,508 bilhões em juros sobre capital próprio.
Banco precisa contratar mais para acompanhar o crédito
O número de agências passou a 5.339 em todo país.
O número de funcionários que era de 113.810 em dezembro de 2011 subiu para 114.480 em setembro deste ano, o que significa a criação de 670 postos de trabalho em 2012, dos quais 484 nos últimos três meses. Já no período de um ano o banco abriu 886 novos postos de trabalho.
“Com esse resultado positivo, o BB agora precisa parar de assediar seus trabalhadores e melhorar as condições de trabalho, inclusive contratando mais bancários para acompanhar o aumento da oferta do crédito e dar um atendimento melhor à população”, conclui William.