O fim de semana não atrapalhou a greve dos bancários, que entrou nesta segunda-feira 4 no seu sexto dia com toda a força em Pernambuco. O número de agências e postos parados em todo o Estado se manteve estável. São quase 300 unidades que estão de portas fechadas, o que representa 60% do total e cerca de 6 mil bancários de braços cruzados. Sem nenhuma novidade nas negociações com os bancos, a greve prossegue por tempo indeterminado.
A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, está em São Paulo, onde o Comando Nacional dos Bancários está reunido para discutir os próximos passos da luta. “A ideia é intensificar a greve para pressionar ainda mais as instituições financeiras. Ao longo desta semana, vamos fechar mais agências e departamentos dos bancos para fazer a greve crescer mais”, afirma Jaqueline.
Em Pernambuco, praticamente todas as unidades do Banco do Brasil e da Caixa estão de portas fechadas. Nos bancos privados, a greve também segue forte, embora ainda haja mais espaço para ela crescer.
“O Sindicato vai ajudar os bancários dos bancos privados a fechar mais agências. Também vamos realizar protestos e manifestações ao longo da semana para denunciar a toda sociedade o descaso dos bancos com os bancários e com os clientes. Essa greve só começou porque as instituições financeiras não respeitaram a mesa de negociação e não atenderam a nenhuma de nossas reivindicações”, explica Jaqueline.
Os bancários reivindicam 11% de reajuste, valorização dos pisos salariais, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), medidas de proteção da saúde que incluam o combate ao assédio moral e às metas abusivas, garantia de emprego, mais contratações, igualdade de oportunidades para todos e mais segurança. Os bancos propuseram apenas reajuste de 4,29% (a inflação do período) e rejeitaram as demais reivindicações.
No Brasil
A greve nacional dos bancários continua crescendo em todo o país. Nesta segunda, 312 novas agências não abriram suas portas, totalizando 6.527 unidades fechadas nos 26 Estados e no Distrito Federal. Isso representa um crescimento de 68,9% em relação ao primeiro dia da greve, na última quarta-feira, 29 de setembro.
A CUT Nacional divulgou nesta segunda-feira nota de apoio à greve nacional dos bancários. Para a CUT, “trata-se de uma greve inevitável, forjada pela insensibilidade e inflexibilidade dos bancos, que a despeito de todo o lucro que vêm amealhando ao longo dos últimos anos e do ambiente estável e de crescimento econômico, construído pelos brasileiros e brasileiras, respondem à justa demanda dos bancários com uma proposta de reajuste que seria risível, não fosse ofensiva”.
A nota, assinada pelo presidente da CUT, Artur Henrique, “reivindica uma mudança de postura por parte dos bancos e o início de negociações em patamar diferente do atual, buscando garantir dignidade para os bancários”.