Contraf-CUT cobra explicações do Itaú sobre política de rotatividade

A Contraf-CUT enviou na tarde desta quinta-feira (24) ao vice-presidente e diretor de Recursos Humanos do Itaú, Zeca Rudge, carta cobrando o agendamento de uma reunião com representante da empresa para reivindicar providências contra a política de demissões do banco.

Confira aqui carta assinada pelo presidente da Contraf-CUT Carlos Cordeiro.

“Queremos o fim da política do Itaú de promover desemprego. Nos últimos dias vêm ocorrendo demissões em todo o país e em vários setores do banco, como nas áreas de tecnologia da informação e crédito. Ontem foram 100 demissões apenas em São Paulo. As demissões são inadmissíveis em um cenário de lucros crescentes. Sem contar que o banco sequer tem dado a chance de os demitidos procurarem uma vaga por meio do centro de realocação”, afirma Jair Alves, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.

Enquanto bate recordes de lucro entre os bancos brasileiros, atingindo R$ 10,9 bilhões até setembro deste ano, o Itaú cortou 2.496 empregos no mesmo período. Conforme dados do Dieese, o banco contava em dezembro de 2010 com 102.316 trabalhadores. O número caiu para 99.820 em setembro de 2011.

“Estamos recebendo denúncias de que as demissões não param. E são trabalhadores com salários mais altos e com mais tempo de banco que estão sendo descartados”, ressalta o dirigente sindical.

Os bancários não se esquecem da promessa feita publicamente pelo presidente Roberto Setúbal, na época da fusão entre Itaú Unibanco, em 2008, de que não haveria demissões e nem fechamento de agências. “Inclusive participamos de diversas mesas de negociações, onde ouvimos a promessa do banco de que o emprego seria garantido”, saliente Jair.

Maior lucro da história

O Itaú lucrou R$ 10,949 bilhões de janeiro a setembro deste ano, o que representa um crescimento de 15,97% em relação ao resultado do ano passado, que foi R$ 9,433 bilhões. Trata-se do maior lucro para o período na história dos bancos brasileiros.

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