Bancários, comerciários e vigilantes da CUT discutem plano de ação conjunta

Reunião do macrossetor de serviços foi realizada no auditório da Contraf-CUT

A Contraf-CUT, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio e Serviços (Contracs-CUT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), que integram o macrossetor de serviços da Central Única dos Trabalhadores (CUT), reuniram-se nesta segunda-feira 29 em São Paulo para discutir os problemas comuns e começaram a definir um plano de lutas conjuntas dessas categorias.

“Esse é um encontro histórico, onde três categorias importantes de um mesmo setor da economia sentam juntas para trocar experiências e pensar ações estratégicas conjuntas visando resolver problemas comuns”, afirmou o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, na abertura da reunião. “Estamos dando um passo importante na organização sindical dos ramos da CUT.”

A reunião, realizada no auditório da Contraf-CUT, é resultado do Encontro do Macrossetor Comércio, Serviços e Logística, promovido pela CUT nos dias 12 e 13 de abril, em São Paulo. A CUT está desenvolvendo esforços para organizar os trabalhadores por macrossetor, de modo a articular estrategicamente as ações de várias categorias, tendo em vista as mudanças que vêm acontecendo na relação capital e trabalho.

‘A financeirização do comércio’

“Os bancos hoje são grandes holdings que atuam em praticamente todos os setores de finanças, serviços e comércio. Há uma financeirização do comércio. Eles estão presentes, por exemplo, nas Casas Bahia, na C&A, nas Lojas Americanas. Precisamos compreender e debater formas para lidar e enfrentar essa nova realidade, buscando construir um projeto para atuação conjunta nesse novo cenário”, disse Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT.

Existe hoje no setor de serviços 14 milhões de comerciários, um milhão de vigilantes e 500 mil bancários. Além disso, entre um milhão e 1,2 milhão de trabalhadores atuam no ramo financeiro dentro dessas holdings, com salários e direitos menores que os bancários.

Segundo o presidente da Contracs-CUT, Alci Matos Araújo, hoje “de cada dez clientes que entram nas grandes redes de varejo sete vão fazer uma operação financeira. Por isso existe a necessidade da organização do macrossetor de serviços, comércio e logística”.

“É uma responsabilidade histórica fazermos essa luta conjunta”, acrescentou José Boaventura Santos, presidente da CNTV.

Plano de ação conjunta

Na reunião desta segunda-feira, os dirigentes das três confederações fizeram uma apresentação dos perfis das categorias de bancários, comerciários e vigilantes, procuraram identificar os problemas e desafios comuns, dando início à discussão de um plano de ação sindical conjunta. Nesse primeiro momento, os diretores da Contraf-CUT, Contracs-CUT e CNTV definiram que essa ação passa pelos seguintes temas:

> Combate ao projeto de terceirização que tramita no Congresso.

> Unificação da data-base.

>Construção de uma radiografia do setor e dos acordos coletivos das três categorias.

> Mobilização conjunta.

> Edição de jornal conjunto.

> Realização de Conferência Nacional dos Direitos do Consumidor.

> Fim da rotatividade no emprego.

> Isonomia de tratamento.

> Combate ao calote das empresas terceirizadas.

> Combate à insegurança nos bancos.

Essa foi uma iniciativa das três confederações que representam trabalhadores que atuam nas holdings dos bancos. Os problemas e desafios levantados serão aprofundados pelos sindicatos das três categorias, cujas propostas serão trazidas para uma segunda reunião, em data ainda não definida. A ideia é ampliar a discussão para as demais categorias do macrossetor de serviços, comércio e logística.

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