Bancários protestam em Brasília contra assédio moral no Banco do Brasil

Manifestação dos funcionários do BB no CSO do SIA, em Brasília

Assédio moral, ranqueamento informal de metas, medição de produtividade a cada hora, desvio de função, proibição de uso de celulares e controle de idas ao sanitário. Essas são algumas situações que fazem partem do cotidiano dos bancários do Banco do Brasil. Para combatê-las e cobrar uma solução imediata do BB, o Sindicato dos Bancários de Brasília organizou grande ato no Centro de Suporte Operacional (CSO) do SIA na quinta-feira (3).

Bancários usaram uma jaula para retratar o ambiente de trabalho. O diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN) Wescly Queiroz ficou dentro da cela durante o ato no SIA em protesto contra as práticas de assédio moral e ameaças de descomissionamento.

“Os funcionários se sentem dentro de uma prisão porque são monitorados e ameaçados diariamente. Chega ao ponto de bancários serem impedidos de atender o celular. Muitos também são obrigados a almoçar todos juntos”, denuncia.

Os gestores do CSO SIA pressionam os bancários com ameaças descabidas de descomissionamento e até mesmo de demissão. Em abril, utilizando essas táticas, os gestores coagiram funcionários do CSO a trabalhar na chave de outros bancários na Plataforma de Suporte Operacional (PSO) como caixa.

O diretor do Sindicato, Wadson Boaventura, alertou que os bancários não devem exercer nenhuma função que não esteja de acordo com o cargo ocupado, bem como atividades que infrinjam o normativo do banco. “Esse ato chama atenção dos bancários e gestores para mudar essa prática que existe no BB. Os trabalhadores devem ter a clareza que as práticas desses gestores são condenáveis e, por isso, devem levar as denúncias ao conhecimento dos departamentos competentes e do Sindicato”, afirmou.

Além dos locais que receberam as manifestações, também há denúncias de práticas de assédio moral no CSO Risco União, localizado na 201 Norte.

Coger

Em repúdio à postura do gestor da Coger, que retalia aposentados do INSS, funcionários com ações de 7ª e 8ª horas e bancários que fazem greve, os bancários realizaram protesto na quarta-feira (2) em frente ao edifício Sede III do BB.

Durante o protesto, o Sindicato também condenou a prática da Coger de transferir trabalhadores que são classificados “sem o perfil necessário para a contabilidade”.

Segundo o secretário de Comunicação e Divulgação do Sindicato, Jeferson Meira, bons profissionais estão deixando o BB por causa dessas práticas abusivas dos gestores. “É inaceitável que esses trabalhadores passem por esse tipo de situação abusiva. A situação tem causado estresse entre os funcionários do setor”, destaca.

Denúncias

O Sindicato encaminhará as denúncias de violação dos direitos trabalhistas ao Ministério Público do Trabalho (MPT). “Os bancários podem levar informações, denúncias e provas para ajudar a compor o processo. A identidade dos denunciantes será mantida em sigilo”, ressalta o diretor do Sindicato, Eduardo Araújo.

Os bancários também foram convidados a participar do Congresso Distrital dos Funcionários do BB, que será realizado no sábado 26 de maio. A jornada legal de 6 horas e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) estão entre os assuntos que serão discutidos.

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