Diretoria Executiva da Fenae diz ser hora de alerta e resistência
EDITORIAL
“A declaração da presidenta Dilma Rousseff de que vai abrir o capital da Caixa Econômica Federal fez o sinal mudar de cor. De amarelo para vermelho. Sem dar detalhes de como pretende formalizar a operação, ela se limitou a dizer que esse será um processo demorado. O projeto da nova equipe econômica seria o de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) daqui a um ano e meio ou dois anos. É hora de alerta e de mobilização!
“A Caixa é hoje um patrimônio de todos os brasileiros. É parceira estratégica do Estado na execução das políticas públicas que, na última década, elevaram o Brasil a um novo patamar econômico e social. Essa realidade começou com o presidente Lula e continuou no primeiro mandato de Dilma. A própria presidenta, na Carta Aberta aos Trabalhadores dos Bancos Públicos Federais, divulgada em 23 de outubro, disse que o caminho certo é o de fortalecer essas instituições. Agora, portanto, a quem interessa a abertura do capital da Caixa?
“Nos últimos 12 anos, a Caixa intensificou ainda mais o seu papel social. No ano passado, as operações de crédito ultrapassaram R$ 494 bilhões. Só para financiamento habitacional foram R$ 240 bilhões, 900% a mais que em 2002, beneficiando milhões de famílias. Na grave crise financeira internacional iniciada em 2008, para citar outro exemplo, enquanto os bancos privados fecharam linhas de crédito, a Caixa liberou recursos para manter a economia aquecida, evitando a recessão e o avanço do desemprego.
“A manutenção da Caixa Econômica Federal como banco 100% público é fundamental para um país mais forte e justo. Não se pode colocar tudo isso em risco para levantar recursos para o Tesouro. Tornar a Caixa de economia mista não a fará mais eficiente. Na verdade, isso pode significar a perda de algo conquistado ao longo dos 153 anos de existência, que é o posto de referência. A Caixa faz parte da vida dos cidadãos. Ao olhar para o “X” azul e laranja, o brasileiro enxerga muito mais que um banco, pois ali está a oportunidade de realizar sonhos. É algo que não acontece com nenhuma outra instituição financeira, seja ela pública ou privada.
“O movimento nacional dos empregados da Caixa reafirma o que sempre defendeu, e mais recentemente durante a disputa presidencial deste ano: o fortalecimento dos bancos públicos não pode parar. Cobra, portanto, que Dilma Rousseff honre os compromissos assumidos na campanha eleitoral. É verdade que abertura de capital e privatização são duas coisas bem diferentes. No entanto, nem uma e nem outra interessam aos brasileiros, sobretudo, aos mais de 100 mil trabalhadores da Caixa.
“A mobilização já começou! Juntos, vamos à luta para que a Caixa Econômica Federal continue 100% pública e um patrimônio de todos os brasileiros”.
Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae)