Protesto contra terceirização durante Encontro Internacional de Sindicalistas
O Encontro Internacional de Sindicalistas da Marcha Mundial de Mulheres foi realizado no último domingo (25) no Hotel Braston, no centro de São Paulo. O evento, organizado pela Secretaria Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, reuniu dirigentes sindicais do Brasil e de diversos países, como Marrocos, Argentina, Colômbia, México, África do Sul e Uruguai.
As bancárias brasileiras estiveram presentes e propuseram uma moção de repúdio contra o Projeto de Lei 4330/2004 que visa a regulamentação da terceirização sem limites no Brasil. A proposta foi aprovada e será encaminhada pela coordenação da Marcha.
“O objetivo do encontro foi integrar o movimento sindical junto ao movimento feminista, buscando as contribuições do feminismo para a construção da pauta da classe trabalhadora. Além disso, foi levar a contribuição sindical cutista para a Marcha Mundial de Mulheres”, afirma Deise Recoaro, secretária de Mulheres da Contraf-CUT.
Leia a íntegra do texto da moção aprovada contra o PL 4330.
Moção de repúdio
Nós, mulheres presentes no Encontro de Sindicalistas da Marcha Mundial das Mulheres, queremos manifestar nosso repúdio ao modelo de geração de emprego de inspiração chinesa caracterizado pelo forte barateamento da mão de obra e pela precarização das relações de trabalho.
No Brasil, esse modelo se traduz no Projeto de Lei 4330, com forte empenho do setor empresarial em regulamentar toda e qualquer forma de terceirização, pois esse projeto retira todas as travas e barreiras que hoje temos para conter a já agressiva terceirização no país. Como forma de justificar uma competitividade no mercado internacional.
Esse projeto, se for aprovado, significará não somente uma derrota aos atuais trabalhadores e trabalhadoras, como também representará uma herança maldita às futuras gerações da qual não podemos e não devemos admitir.
Sabemos também que essa lógica de inclusão no mercado formal de trabalho, através da precarização e barateamento do trabalho, submetem especialmente os setores historicamente discriminados pela sociedade, ou seja, as mulheres, a população negra e a juventude, que continuam marginalizadas e condenadas aos piores trabalhos.
Em diversas partes do mundo e no Brasil, os movimentos sociais e sindicais têm ido às ruas para denunciar abusos provocados com a alta concentração de renda, de um lado, e o descaso e omissão dos representantes políticos, de outro.
Portanto, cabe a nós dirigentes sindicais e feministas unificarmos nossas forças contra mais esta mazela do modelo neoliberal que impõem desgraças aos trabalhadores e trabalhadoras para justificar a saída de uma “crise” que o próprio sistema cria.
Não ao PL 4330!
Não à precarização!
Seguiremos em marcha por trabalho decente!