O departamento de Gestão de Pessoas da superintendência do BB no Rio de Janeiro recebeu, na última quinta-feira (29) os dirigentes dos sindicatos filiados à Federação para discutir questões regionais. Os sindicalistas apresentaram suas demandas e problemas, como assédio moral, a realização de obras nas agências sem planejamento, o que vem tornando inadequadas as condições de trabalho, as longas filas e a precariedade do atendimento, relatada principalmente em Campos e no Sul Fluminense, e problemas de segurança bancária, sobretudo os assaltos que aconteceram recentemente nas bases dos sindicatos de Niterói e Nova Friburgo. Outra demanda colocada pelos dirigentes foi a necessidade de tornar mais rápida a posse dos aprovados nos concursos de seleção, medida que é urgente para sanar o problema de escassez de funcionários.
Quanto ao vale-transporte para os dirigentes sindicais, o banco voltou a negar o benefício. Outro problema para a atuação dos sindicalistas é o acesso aos locais de trabalho, que vem sendo dificultado. “Este problema é mais grave no Rio de Janeiro e em Petrópolis, onde a ação sindical está sendo muito prejudicada, mas acontece também em outros sindicatos da nossa base”, relata Sérgio Farias, diretor da Federação e integrante da Comissão de Empresa do BB.
Mas o problema mais grave apresentado pelos sindicalistas foi a prática de assédio moral, que vem ocorrendo em praticamente todas as unidades do banco. “Esta questão foi unanimemente colocada na reunião, todos os sindicatos tinham situações de assédio a relatar”, informou Sérgio ao UNIDADE. “Como o assédio moral é inconcebível num governo como o do Presidente Lula, cabe ao BB coibir esta prática por parte de seus gestores”, entende o dirigente. O problema não é antigo no banco, mas vem tomando força rapidamente. “O assédio é provocado pelas metas abusivas, que são o que o banco precisa atingir para ser competitivo no mercado. Mas o BB é um banco público e deve se concentrar em fomentar o desenvolvimento do país. Esta postura do banco é uma distorção de seu papel social”, entende o dirigente. O superintendente do BB, Paulo Roberto Maia, se comprometeu a tomar providencias para combater o assédio moral.
Fabiano Júnior, presidente da Federação, participou da reunião e faz uma avaliação do encontro: “A reunião foi positiva. A Federação deixou bem claro que o processo de discussão ajuda a construir uma relação respeitosa entre capital e trabalho. O objetivo é dirimir conflitos e melhorar as relações com o banco, para buscar soluções para problemas com segurança bancária, condições de trabalho, assédio moral e saúde do trabalhador”, avaliou o presidente.
A reunião teve participação de diretores dos sindicatos de Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Itaperuna, Niterói, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Sul Fluminense e Três Rios.