Bancários e suas famílias continuam sendo vítimas de sequestros seguidos de extorsão. No início da tarde de segunda-feira, dia 5, criminosos sequestraram a esposa de um funcionário do Banrisul e os dois filhos do casal, em Capão da Canoa, município da base do Sindicato dos Bancários do Litoral Norte, no interior do Rio Grande do Sul.
A ação criminosa iniciou às 13h e, em seguida, o filho do bancário foi obrigado a ligar para o pai para comunicar o sequestro. Após receber várias ligações com orientações para esvaziar o cofre e os terminais de atendimento do PAB onde trabalha, o bancário foi até o local indicado pelos bandidos para efetuar a entrega do dinheiro.
No último contato feito por telefone, os sequestradores informaram ao banrisulense que sua família seria libertada na cidade de Torres. Entretanto, os reféns foram deixados em Gravataí.
Segundo o depoimento do bancário, os criminosos o estavam vigiando em tempo integral durante toda a ação e chegaram a informar o número de pessoas que estavam com ele dentro do posto de atendimento. A quantia entregue aos sequestradores não foi revelada.
Os diretores do Sindicato, Bino Koehler e Vilson Castelani, fizeram contato com o bancário para verificar a situação e prestar solidariedade ao colega e sua família. Já o Banrisul, disponibilizou atendimento psicológico ao funcionário e seus familiares somente no fim da manhã de terça-feira, cerca de 24h após o sequestro, o que é inaceitável.
“É importante destacar que esta é a segunda ocorrência registrada no mesmo posto de atendimento bancário, num período de apenas quatro meses. No entanto, a principal preocupação do banco foi reabrir a unidade o mais breve possível, sem antes prestar atendimento ao colega e sua família. O Banrisul deveria investir em novos equipamentos de segurança e estratégias para evitar a exposição dos bancários a situações de risco”, aponta o presidente do Sindicato, Clayton Pioner Ramos.
Ação sindical
O presidente do Sindicato lembra que a segurança bancária é um dos temas em negociação na Campanha Nacional. “A falta de responsabilidade dos bancos quanto à segurança dos seus trabalhadores é evidente. Além disso, a insegurança tem batido à porta dos bancários e suas famílias, que também são alvos das quadrilhas”, explica o dirigente sindical.