Os bancários de todo o país realizaram uma série de protestos e paralisações nesta segunda-feira, dia 15, para pressionar os bancos a apresentarem uma proposta concreta e decente que atenda as reivindicações da categoria na Campanha 2014. Em Pernambuco, o Dia Nacional de Luta foi marcado pela paralisação no atendimento de 14 agências no centro do Recife, durante duas horas (10h às 12h).
Durante a paralisação, os diretores do Sindicato conversaram com a população sobre a Campanha Nacional e explicaram que a luta dos bancários também interessa aos clientes, que cotidianamente são explorados pelos bancos.
“Foi uma grande atividade. Pudemos atualizar os bancários sobre os resultados das últimas rodadas de negociação e ampliamos a mobilização com esta primeira paralisação da Campanha Nacional 2014. Esta será uma semana decisiva, pois temos mais três rodadas de negociação com os bancos que, inclusive, se comprometeram a apresentar uma proposta para as nossas reivindicações na sexta-feira, dia 19”, explica a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.
Debates
A paralisação desta segunda-feira atingiu sete agências do Santander e sete do Itaú no centro do Recife. “Escolhemos estes dois bancos como alvo dos protestos porque são as instituições financeiras que mais demitiram bancários nos últimos meses. A proteção ao emprego é uma das nossas principais reivindicações. Até porque, a falta de funcionários é gritante nas agências e departamentos dos bancos. E, com o lucro estratosférico do sistema financeiro, não há motivo algum para tantas demissões”, diz Jaqueline.
Além das paralisações, os bancários participaram de reuniões com o Sindicato em todas as unidades que integraram o Dia Nacional de Luta. “As reuniões foram extremamente produtivas. Conversamos sobre as últimas rodadas de negociação e sobre a importância de todos os bancários se envolverem nas atividade de mobilização e pressão que o Sindicato está realizando. Só assim vamos conseguir arrancar dos bancos uma proposta decente”, explica Jaqueline.
Para o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, o ato desta segunda-feira foi excelente. “Os bancários perceberam a importância da unidade da categoria durante Campanha Nacional e os clientes entenderam a importância da nossa mobilização, que vai muito além de questões salariais”, afirma Geraldo. Ele cita que entre as principais reivindicações da categoria que beneficiam diretamente os clientes estão mais contratações, mais investimentos em segurança e a redução das tarifas bancárias e das taxas de juros.
Primeiro efeito
O ato nacional já surtiu efeito: a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) confirmou a apresentação de uma proposta global para a categoria, na próxima sexta-feira, dia 19.
“Nossa expectativa é que a Fenaban nos apresente uma proposta digna. Caso contrário, construiremos um movimento nacional paredista forte. Se houver a greve, a culpa será dos bancos, que, mesmo tendo lucros estratosféricos, continuam desrespeitando os bancários e os clientes”, ressalta a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues.