Greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira, 29 de abril. Essa foi a decisão dos bancários de Niterói e Região na assembleia desta terça-feira, 28. Às 18h desta quarta-feira haverá outra assembleia, também na futura sede, para avaliar o primeiro dia de paralisação e informar possível resposta dos banqueiros.
Os banqueiros não deixaram outra alternativa, pois até agora negaram todas as reivindicações da categoria e, apesar dos lucros recordes que no primeiro semestre cresceram 32% em média, ofereceram apenas 4,29% de reajuste (só a reposição da inflação). A greve também foi aprovada nas assembleias de todos os sindicatos da base da Federação dos Bancários dos Estados do Rio e Espírito Santo.
Os bancários entregaram suas reivindicações aos patrões em 13 de agosto, mas a resposta só veio no dia 22 de setembro. Os trabalhadores elaboraram uma minuta de Convenção Coletiva de Trabalho com 116 artigos, mas somente um foi respondido: o reajuste salarial. Foi reivindicado um índice de 11%, mas a Fenaban ofereceu 4,29%, que apenas cobre a inflação entre setembro de 2009 e setembro de 2010.
O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) fizeram quatro rodadas de negociação e uma reunião para apresentação da contraproposta patronal. Diante do oferecido pelos patrões, os bancários de Niterói e Região não tiveram outra saída senão a paralisação por tempo indeterminado. Pelo clima de indignação nos locais de trabalho, o movimento grevista terá forte adesão.
Ficaram de fora da proposta patronal todas as outras reivindicações dos bancários, entre as quais:
Aumento do piso salarial;
PLR de 3 salários;
Aumento do valor de auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche para R$ 510 (um salário mínimo);
Previdência complementar em todos os bancos;
Combate às metas abusivas e ao assédio moral;
Melhoria da segurança bancária, com medidas preventivas, protetivas e compensatórias para todas as vítimas;
Proteção contra demissão imotivada e fim das terceirizações, com contratação dos prestadores de serviço pelos bancos;
Mais contratações, para diminuir o tempo de fila, melhorar o atendimento ao público nas agências e acabar com a sobrecarga de trabalho dos bancários;
Criação de Planos de Carreiras, Cargos e Salários PCCS em todos os bancos.
O Sindicato dos Bancários de Niterói e Região é filiado à Federação dos Bancários dos Estados do Rio e Espírito Santo, que representa os 12 sindicatos de bancários do estado do Rio de Janeiro e o sindicato estadual do Espírito Santo. Todas as 13 entidades são filiadas à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-
CUT).
A confederação patronal é a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), à qual são associados os bancos do país. A Fenaban é uma comissão de negociadores dos bancos privados e públicos, ligada à Febraban, que se reúne com os representantes dos trabalhadores. O Comando Nacional é formado por sindicalistas da direção da Contraf-CUT, das 10 federações, dos maiores sindicatos do país, incluindo representantes de trabalhadores de todos os maiores bancos, inclusive públicos, e de forças políticas que atuam no movimento. São, ao todo, 32 membros natos.