Assédio institucional, violência organizacional e assédio moral são acontecimentos parecidos e, embora haja algumas diferenças, todas são formas de humilhação aos trabalhadores, entre eles, os bancários.
O caso mais recente foi na agência do Banco do Brasil da Travessa Rui Barbosa, em Belém. A empresa descomissionou uma bancária que aproximadamente há uma semana havia retornado de uma licença saúde por acidente de trabalho. E o Banco não voltou atrás.da decisão. Tudo isso teve o consentimento do gerente geral da agência.
O tratamento dado aos trabalhadores desta agência tem se acentuado cada vez mais, a ponto de outros funcionários e funcionárias procurarem o Sindicato para fazer a denúncia. E foi para trazer a realidade desses trabalhadores à tona e torná-la pública que o Sindicato dos Bancários do Pará foi para a porta da agência na manhã desta quinta-feira (31) repudiar essa prática de assédio moral tão comum nos dias de hoje e um dos principais motivos de afastamento dos trabalhadores.
Com faixa, panfletos e carro som, a entidade começou cedo o protesto pacífico, em defesa dos direitos dos trabalhadores. Mesmo assim tentaram impedir que o ato continuasse. No momento em que outro gerente do banco, acompanhado de um advogado, também do Banco, conversavam com os diretores do Sindicato e funcionários do Banco do Brasil, Alberto Cunha e Fábio Gian na frente da agência, o gerente geral mais uma vez mostrou a sua total falta de respeito com os trabalhadores e chamou a polícia para a porta da agência com o intuito de ‘manter a ordem’ em um protesto pacífico.
“Trabalhador não se intimida quando está na defesa dos seus direitos”, repetia o diretor de Formação do Sindicato, Alberto Cunha, durante o ato que não parou com a chegada da polícia. Pelo contrário, a cada novo discurso, o movimento ganhava mais força e contava com o apoio das pessoas que passavam pelo local e aplaudiam a iniciativa.
“Aqui é um protesto de trabalhadores, só estamos defendendo os direitos de nossos colegas bancários, e denunciando a prática de assédio moral que eles vêm sofrendo nesta agência. E não é a polícia e nem ninguém que vai nos impedir. Aliás, a polícia deveria sim estar fazendo ronda nas ruas da capital e no interior do Estado para combater a saidinha bancária, o sapatinho e os assaltos às agências, e não aqui querendo nos intimidar”, afirmava o diretor da entidade e funcionário do Banco, Gilmar Santos.
A Fetec-CN esteve representada no ato pela diretora Vera Paoloni. Em sua intervenção, ela ressaltou que o gerente geral da agência já tem fama de assediador. “Conheço bem a forma com que o administrador desta agência trata seus funcionários, desde a época em que fui presidenta deste Sindicato, e sei que ele tem essa conduta de assediar os colegas de trabalho. E não será chamando a polícia que ele irá nos calar e nos impedir de defender os direitos da categoria”.
Apesar de todas as investidas, o movimento não parou e continuou até às 10h30 em frente a agência. “O assédio moral deve ser combatido e não vamos deixar de representar e defender o direito da categoria seja na justiça ou como aqui, na porta das agências. Queremos respeito”, ressalta o diretor Fábio Gian.
Enquanto o ato continuava aqui em Belém, a presidenta da entidade, Rosalina Amorim, chegava a São Paulo para participar de uma reunião que vai discutir a organização e o calendário da campanha nacional da categoria deste ano e aproveitou a oportunidade para fazer a denúncia de prática antissindical à Contraf-CUT e a direção do Banco do Brasil.
Como denunciar
Se você bancário e bancária é vítima de assédio moral no seu local de trabalho procure o Sindicato para fazer a denúncia. Sua identidade será preservada. Denuncie, não aceite que outras pessoas sejam as próximas vítimas. O Sindicato dos Bancários funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Rua 28 de setembro, 1210 – Reduto – Belém.