Sindicato denuncia reunião secreta entre PM de Serra e Febraban na Alesp

A reunião secreta entre a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e a Polícia Militar para organizar a repressão à greve dos bancários entrou na pauta de discussões da Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp). O Sindicato dos Bancários procurou os deputados estaduais na sexta 18 para denunciar e solicitar providências.

O deputado Vanderlei Siraque (PT) comprometeu-se a levar o assunto ao plenário na próxima semana e a apresentar um requerimento para convocar a Secretaria de Segurança Pública do Estado a prestar esclarecimentos sobre a reunião. Siraque é membro das comissões de Segurança e de Constituição e Justiça da Alesp.

“A reunião foi bastante proveitosa. Além da Assembléia Legislativa, vamos entrar em contato com outros órgãos e autoridades porque essa reunião secreta da PM com os bancos é grave e um problema que não é só dos bancários. Envolve toda a sociedade, que deveria ser o foco do trabalho da polícia e não os interesses privados dos bancos”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

O dirigente conta que nos próximos dias o Sindicato também vai denunciar a reunião para o Ministério Público do Trabalho (MPT) e para o Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O objetivo é envolver esses órgãos, já que a própria Secretaria de Segurança foi procurada pelo Sindicato, mas não deu nenhuma resposta.

“A polícia serve para dar segurança à população e não para ser guarda-costa de banqueiro. Além do mais, a greve é um direito garantido aos trabalhadores pela Constituição Federal e organizar um esquema de repressão antes mesmo dela ser marcada e quando as negociações ainda estão em curso é crime contra a organização do trabalho. Isso sem contar que o esquema de repressão da PM é bastante conhecido pelos bancários e se resume ao uso de violência”, lamenta Marcolino.

A reunião entre a Febraban e a PM ocorreu na sexta-feira 11. Segundo informações apuradas pelo Sindicato, os bancos solicitaram apoio da polícia, numa “ação conjunta” para o cumprimento dos interditos proibitórios, que visam coibir as manifestações do Sindicato nas agências e concentrações bancárias.

A federação dos bancos teria informado à PM as localidades de maior ação do Sindicato (Centro Velho, Paulista, Santo Amaro, Osasco) e sobre uma “possível união entre o Sindicato dos Vigilantes e o Sindicato dos Bancários”.

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