Os bancários do Rio de Janeiro paralisaram nesta quarta-feira (18) dez agências do Itaú Unibanco, no centro da cidade, em repúdio à onda de demissões desencadeada pelo banco ainda no ano passado e intensificada a partir de janeiro. Cerca de 600 dispensas foram registradas no período de um ano, no Rio. Só nos primeiros meses de 2011, foram mais de 100 cortes.
Numa atitude perversa, o banco concentra as dispensas nos funcionários mais antigos, substituindo-os por bancários com menos experiência, pagando salários menores. Nesse processo, o banco manda para a rua até mesmo pessoas com deficiência, sob a argumentação de baixa produtividade.
Clima de tensão
O clima nas agências é de medo. As demissões estão no centro das conversas entre colegas. Cada qual revela sua apreensão frente à perspectiva de ser o próximo demitido.
A sobrecarga de trabalho aumentou. A alta rotatividade de funcionários não resolve o fluxo dos serviços.
Em função da forte tensão no ambiente de trabalho, ficam mais evidentes os casos de doenças relacionadas ao trabalho, como as LER, a síndrome do pânico, a hipertensão arterial e outras. Juntamente com as demissões, desencadeiam-se ainda as pressões.
Clientes também sofrem
Durante a paralisação, houve manifestações favoráveis de clientes, que também sofrem com os efeitos das demissões. É visível a queda de qualidade do atendimento.
“Não dá para esconder a necessidade de que o banco contrate mais funcionários. Todas as agência precisam de mais bancários. Nossa luta é pela contratação e pela garantia no emprego. Tanto o presidente do Itaú, como o do Unibanco, assumiram compromisso de manter os empregos. Eles têm que cumprir a palavra empenhada”, disse a diretora do Sindicato dos Bancários do Rio e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, Cida Cruz.