Trabalhadores pararam duas horas e pressionaram o banco
Cresce a resistência ao processo de reestruturação na Gerência de Comércio Exterior Rio (Gecex) no Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira (26), os funcionários do setor fizeram uma paralisação de duas horas e uma manifestação em frente ao prédio do Sedan, onde funciona a Gerência. O protesto fez parte da mobilização nacional, que contou com paralisações também em outros estados e foi definido em plenária realizada no mesmo dia, na Gecex/RJ, com a participação massiva dos funcionários.
É importante ressaltar a adesão consciente dos funcionários, mesmo com pressões e ameaças dos gestores. A diretoria do Sindicato dos Bancários do Rio, juntamente com os delegados sindicais da Gecex, estará atenta para impedir qualquer tentativa de retaliação.
A adesão à paralisação nacional de duas horas seguiu orientação da Contraf-CUT e foi referendada, indicativamente, por uma plenária realizada no dia anterior, no Sindicato, reunindo funcionários de setores atingidos por processos de reestruturação, além da Gecex, o Centro de Serviços Logísticos (CSL), no Andaraí.
Outra proposta discutida nesta plenária foi a realização de assembleia geral dos funcionários do banco, a ser convocada pelo Sindicato, visando ampliar a luta contra o desmonte e outras práticas de gestão que atacam os direitos do funcionalismo.
A plenária também avaliou a necessidade de ampliar as articulações parlamentares e com o poder executivo federal, estadual e municipal.
A reestruturação atinge, inclusive, grávidas, deficientes físicos e funcionários com larga experiência na área de câmbio, sendo uma porta aberta para o avanço da terceirização no BB.
Indiferença e cinismo do BB
O vice-presidente de Atacado do BB, Maurício Maurano, ao responder à carta enviada por delegados sindicais de todo o país, se limitou cinicamente a dizer que lamentava que os funcionários não houvessem compreendido as mudanças, feitas com transparência e eficiência, contribuindo para a eficiência operacional.
A diretora do Sindicato, Rita Mota, disse que os funcionários é que lamentam a falta de eficiência do modelo de gestão atualmente adotado no banco, que prioriza resultados com total descompromisso com as pessoas. Murilo da Silva, também diretor do Sindicato, lembra que o processo de reestruturação é completamente ausente de transparência e que em nenhum momento dialoga com os representantes sindicais.
Cobrando do governo
O desmonte será um dos assuntos que serão levados ao Comando Nacional dos Bancários, que terá reunião nesta quinta-feira (27) em Brasília com a presença do ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini.
“Reafirmamos a posição do Sindicato pela suspensão de todos os processos de reestruturação no Rio de Janeiro. Para isto, é fundamental a mobilização, não só dos atingidos, mas de todos os funcionários do BB. Só a luta coletiva vai barrar este processo”, afirmou o diretor do Sindicato e da CUT, Marcello Azevedo.