CUT e centrais sindicais realizam no FSM seminário Mundo do Trabalho

A CUT e as demais centrais deram início na tarde de quarta-feira, 27, ao Fórum do Mundo do Trabalho, atividade por elas organizada e que integra o Fórum Social Mundial 10 anos depois, em Porto Alegre. Até esta quinta-feira, as centrais apresentarão painéis e debaterão temas que envolvem crise global, trabalho decente e pacto mundial pelo emprego, visando construírem juntas uma pauta unificada.

A mesa de abertura oficial do Fórum do Trabalho foi composta pelo secretário-geral da CUT Nacional, Quintino Severo, e por representantes das demais centrais brasileiras (CGTB, CTB, FS, NCST e UGT). Também estiveram à mesa Rafael Freire, representando a Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA), e Hugo Bosca, da Federação Sindical Mundial do Uruguai.

“Este seminário que abrimos tem papel fundamental para a classe trabalhadora não só do Brasil, mas para a América Latina e para o mundo”, diz Quintino após saudar os participantes. “Isso porque nós, os movimentos sociais, quando iniciamos o Fórum Social Mundial há dez anos, acertamos o diagnóstico. Este é um espaço para aprofundarmos as discussões sobre projetos para um novo mundo possível, onde o desenvolvimento que queremos se inclui”.

Debates

Após a cerimônia de abertura foram realizadas duas mesas de discussão. A primeira: “A crise mundial do capitalismo e perspectiva do movimento sindical”, foi coordenada pelo presidente da Força Sindical no RS, Claudio Janta e teve como painelistas o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, Maria Pimentel da CGTB e Nivaldo Santana, da CTB.

O presidente da CUT foi incisivo ao falar que “a crise tem nome e sobrenome. Nós sabemos quem são responsáveis pela crise aqui no Brasil – é a direita, são os neoliberais. Não podemos permitir que haja retrocesso em nosso país, portanto, precisamos somar nossos esforços e não deixar esse pessoal voltar a governar. Digo isso porque as saídas que eles apresentam para a crise seguem o modelo neoliberal, onde as saídas são sempre as mesmas, ou seja, injetar trilhões de dólares para salvar bancos e empresas enquanto a população está desempregada”.

Para Artur, as centrais sindicais devem insistir em um novo modelo de desenvolvimento, que tenha a centralidade no trabalho. “Está aí a importância da redução da jornada de trabalho para 40 horas, da divisão dos lucros de produtividade e de outras ações possíveis de serem implementadas”.

Em todas as falas, a palavra unidade prevaleceu, no sentido de intensifica-la ainda mais para a disputa de projetos que se apresenta em 2010. Artur foi enérgico ao falar no assunto.

“No dia 1º de junho realizaremos a Conferência Nacional da Classe da Trabalhadora, estaremos todos lá em unidade. Porém, unidade não é estarmos todos juntos no caminhão de som e fazer um discurso bonito, mas sim, prática, ação. É organizar os locais de trabalho, é unificar datas-base, porque hoje temos categorias com até 15 datas – caso da construção civil. É pensar na Copa do Mundo, que aumentará o número de postos de trabalho, sendo que na construção civil este aumento será de 10%, por exemplo”, disse o presidente da CUT.

Sobre a pauta unificada da classe trabalhadora que será elaborada e aprovada na Conferência de 1º de junho, Artur diz que as centrais vão entregá-la ao candidato ou candidata às eleições que tiver condições efetivas para cumpri-la. “Não queremos retrocesso, queremos avançar, portanto, temos muitas tarefas e desafios pela frente e aprofundar a unidade é uma delas”.

A segunda mesa teve como tema “Trabalho decente e pacto mundial pelo emprego” e foi coordenada pelo secretario geral da CUT-RS, João Batista Xavier. O secretário-geral da UGT, Canidé Pegado, o representante da Nova Central, Valter Souza e o representante da CGT da Argentina, Manuel Troncoso foram os palestrantes.

Programação

Nesta quinta-feira, os temas abordados serão “Criminalização dos movimentos e práticas anti-sindicais” e “Agenda mundial dos trabalhadores”.

O evento inicia às 14h, no auditório Dante Barone, na Assembléia Legislativa. Os painelistas serão representantes das centrais sindicais.

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