Ato público marca Dia de Luta por Igualdade de Oportunidades em Piracicaba

Para marcar o “Dia Nacional de Luta pela Igualdade de Oportunidade nos Bancos”, o Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região promoveu manifestação pública nesta terça-feira, dia 14 de julho, na Praça José Bonifácio, seguida de distribuição de jornal informativo à categoria, nas agências bancárias da cidade.

No ato público, que teve o apoio de lideranças sindicais da cidade e de membros do movimento negro de Piracicaba, o presidente do sindicato, José Antonio Fernandes Paiva, explicou que esta ação visa iniciar as discussões sobre o tema discriminação no sistema financeiro, que afeta, principalmente, as mulheres, os negros, os deficientes e até os homossexuais, e deverá será um dos principais temas serem abordados na campanha salarial deste ano.

Para o diretor do Sindicato, Marcelo Abrahão, o ato público é uma forma de expor à opinião pública a realidade do que tem ocorrido na maioria dos bancos do País, inclusive em Piracicaba. “A realidade em Piracicaba não é diferente e, com este trabalho, queremos ter a opinião pública a nosso favor, nos ajudando a repudiarmos toda prática de discriminação”, disse.

A vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região, Ângela Isabel Ulices Savian, que também integra o GROS – Gênero, Raça e Orientação Sexual, da Contraf-CuT, destacou que a discriminação está relatada no Mapa da Diversidade, que ouviu mais de 200 mil bancários de todo País, divulgado no último dia 2 de julho, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados Federais, em Brasília. “Esse levantamento confirmou que existem discriminações contra as mulheres, os negros e as pessoas com deficiência dentro dos bancos, e, inclusive contra homossexuais, apesar de a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não mencionar esta situação na pesquisa realizada”, ressaltou.

Os diretores do Sindicato tornaram público que o Mapa da Diversidade revela que as mulheres ganham 78% dos salários dos homens e encontram mais obstáculos para a ascensão profissional, assim como mostra que 52% dos bancários são do sexo masculino, enquanto que 77% brancos, e 68% ocupam as funções de caixa ou escriturários. “Apenas 19,5% dos trabalhadores do sistema financeiro são negros ou pardos, que ganham, em média, 84,1% do salário dos brancos. Isso é pura discriminação”, destacou Paiva, que também é vereador pelo PT.

O levantamento, contido no material distribuído nas agências bancárias, mostra, ainda, que a discriminação é ainda maior em relação às mulheres negras, uma vez que somente 8% delas conseguem emprego nos bancos, enquanto os deficientes não conseguem preencher nem os 5% da cota exigida em lei. Já as bancárias que ocupam o cargo de gerentes recebem R$ 30,00 por hora trabalhada, enquanto aos homens no mesmo cargo é pago R$ 40,00.

O presidente do Sindicato dos Bancários também ressaltou que a entidade manterá sua política de combater toda prática de discriminação, uma vez que todos ganham com a inclusão social e a adoção de novas práticas, com garantia de igualdade a todos os bancários. “O nosso sindicato mantém uma política constante de combate a toda prática de discriminação e nesta campanha salarial vamos trabalhar para que possamos conseguir conquistar e ampliar os instrumentos para ajudar a combater esta prática”, destaca Paiva.

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