Funcionalismo do BB retarda em duas horas abertura de agências no Piauí

Bancários se concentram na Superintendência do BB em Teresina

Com faixas pedindo melhores salários, mais empregos e mais segurança, os empregados do Banco do Brasil das agências da Rua Álvaro Mendes, 13 de Maio, Praça Rio Branco, Jóquei e Barão de Gurguéia, no centro de Teresina, retardaram o atendimento ao público em duas horas, de 10h às 12h, nesta segunda-feira (15). Foi o Dia Nacional de Luta, mobilização nacional encabeçada pela Contraf/CUT como forma de pressionar os banqueiros a atenderem a pauta de reivindicações da categoria que está pedindo reajuste de 12,5%, o que representa 5% de ganho real acima da inflação.

A concentração aconteceu em frente a Superintendência do BB na Rua Álvaro Mendes, no Centro de Teresina, onde a diretoria do Sindicato dos Bancários do Piauí distribuiu frutas à população e anunciou que se houver intransigência por parte dos donos de bancos no que diz respeito às reivindicações da categoria, a greve será inevitável.

O vice-presidente do SEEBF/PI, João Sales Neto, disse por que foi preciso realizar um Dia Nacional de Luta em todo o Brasil, para mostrar que a categoria está unida e cada vez mais decidida. “Queremos mais contratações, melhores condições de trabalho, em especial nas agências do Banco do Brasil, BNB e Caixa, já que nessas unidades o quadro de pessoal é insuficiente para proporcionar um melhor atendimento aos clientes”, avalia.

“Não se justifica bancos privados demitirem e bancos públicos não contratarem”, acrescenta ele, referindo-se à crescente onda de demissões que está ocorrendo nos bancos privados, mais precisamente no Bradesco, Santander e Itaú.

Sales deixou claro que sem negociação, a greve dos bancários será inevitável. “Isso é uma falta de respeito dos banqueiros com a população e a classe bancária”, explica o sindicalista, acrescentando que espera contar com o apoio da população para que compreenda a posição dos bancários em lutar por melhores salários e condições de trabalho.

Arimatea Passos, presidente do SEEBF/PÍ, disse que o Dia Nacional de Luta em Teresina foi acima do esperado devido à grande adesão dos empregados do BB, que atenderam o chamamento do sindicato e se mostraram decididos em aderir à greve se for necessário. “Isso mostra que a categoria está unida e tem interesse em paralisar as atividades por tempo indeterminado”.

O diretor João Neto falou do descaso por parte dos banqueiros em relação à pauta de reivindicações da categoria. Lembrou das conquistas dos bancários nas campanhas de 2012 e 2013, principalmente com relação ao acordo firmado com o BB, Caixa e BNB, que se comprometeram em realizar novas contratações, mas que na prática não aconteceu. “Estão apenas enrolando e nada de novas contratações”, lamenta, informando que vários candidatos aprovados em concurso dos referidos bancos procuram o sindicato para que interceda por eles para que sejam chamados a ocupar suas vagas.

Ele ressalta que as unidades bancárias precisam desses concursados, já que os que lá trabalham estão sendo prejudicados por conta da sobrecarga de trabalho, alguns deles com uma jornada de até 12 horas. Defendeu ainda a ampliação do horário de atendimento ao público, das 9h às 17h, o que iria gerar a necessidade de dois turnos e assim absorver os bancários concursados.

João Neto falou sobre um dado preocupante, já que mais de 3 mil bancários perderam seus empregos sem justa causa nos últimos anos e mesmo assim os bancos não chamam novos bancários. “Tem ainda aqueles que estão adoecendo decorrentes dos assaltos e assédio moral nas agências”, diz, particularizando que os bancos descumprem a Lei de Segurança Bancária 6168, que obriga os bancos a equiparem as unidades para melhorar a segurança, até porque já virou uma rotina a incidência de saidinhas de banco, bem como explosões de caixas de autoatendimentos.

O diretor de Imprensa, Odaly Medeiros, relata que a paralisação de duas horas retrata justamente o primeiro sinal de organização dos bancários já em preparação para uma possível greve. “Dificilmente nas próximas rodadas de negociações vai sair uma proposta viável que possa evitar a greve”, conclui o sindicalista.

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