A primeira edição de 2010 da Revista do Brasil destaca as “tragédias do marketing” do governador paulista José Serra e do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A matéria assinada pelos repórteres Antonio Biondi e Marcel Gomes aponta que como resultados de campanhas publicitárias que fizeram o eleitor acreditar no que não viu, essas gestões apostam na propaganda e desprezam o combate às desigualdades, único meio de melhorar a metrópole.
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Também é destaque a cobertura do jornalista Anselmo Massad da 1º Conferência Nacional de Comunicação, realizada em Brasília em dezembro e que indicou ao final que mesmo com as diferenças entre empresários, movimentos e governo, teve desfecho positivo ao aproximar as partes para o diálogo além de apontar avanços na essencial democratização da área.
Outra discussão em voga é a consolidação de um Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), desejo declarado do presidente da República antes do fim do seu mandato. Em seis páginas o repórter Thiago Domenici traz o exemplo da cidade digital Sud Menucci (SP), que fornece de graça a internet aos seus habitantes desde 2003.
A reportagem também traz exemplos de outros países que transformam o acesso à banda larga em direito de todos. Por fim, uma entrevista esclarecedora com o especialista em telecomunicações e professor da UFRJ, Marcos Dantas, sobre as três propostas federais em debate para o PNBL.
A entrevista do mês é com o diretor e documentarista argentino Pino Solanas, que se dedica atualmente a registrar a Argentina pós-crise. Na entrevista concedida a Clarissa Pont, ele afirma que “um filme ou um livro não mudam a realidade de um país, mas ajudam muito. O valor do cinema de testemunho é levar o espectador até regiões que ele não conhece e dificilmente conheceria.”
A edição destaca ainda duas reportagens, a primeira de Suzana Vier sobre o centro de Reabilitação de Anomolias Craniofaciais da USP, em Bauru (SP), referência no tratamento de fissuras nos lábios e céu da boca e de deficiências auditivas com atendimento gratuito pelo SUS.
A segunda, de Evelyn Pedrozo, mostra a sabedoria popular nas chamadas Tecnologias Sociais que com baixo custo de implementação e alto potencial transformador apontam saídas para problemas cotidianos da população.
Maurício Thuswohl relata os desdobramentos da fracassada Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Copenhague, Dinamarca. Apesar de todos os alertas dos efeitos das mudanças do clima em diversos pontos do planeta, a COP 15 deixou escapar uma oportunidade histórica de acordo internacional para conter o aquecimento global.
Eloisa Aragão escreve sobre a revisão da Lei da Anistia, usada como argumento para não punição dos que praticaram e disseminaram a tortura e a barbárie. A Lei de 1979 é vista como afronta à Constituição, segundo a qual crimes contra a humanidade não prescrevem.
E mais: em memória de Victor Jará, cantor e dramaturgo assinado em 1973, um texto de Vitor Bari Neto; Spensy Pimentel analisa que depois de Raposa Serra do Sol os problemas que os índios enfrentam para garantir seus direitos ainda são muitos; a reportagem de viagem retrata uma Bolívia de muitas maravilhas e ainda pouco conhecida do brasileiro; João Correia Filho escreve sobre Anísio Fausto da Silva, guardião do vale dos dinossauros, em Pernambuco; o ponto de vista de Mauro Santayana; os temas nacionais na seção Na Rede e as dicas culturais também estão na edição de janeiro, nº 43, já nas bancas.