A Contraf-CUT entregou nesta sexta-feira, 5, carta ao presidente do Conselho de Administração do Banco da Amazônia, Luiz Fernando Pires, em Brasília, solicitando a revogação da decisão de fechamento da agência do banco em Porto Alegre. A medida descabida foi tomada na última sexta-feira, dia 29 de janeiro, pelo Conselho e está na contramão da política de desenvolvimento do governo federal, que é de fortalecimento dos bancos públicos.
A entrega foi feita por Miriam Fochi, secretária de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT, e por Marilza Speroto, diretora da Contraf-CUT. “Manifestei ao presidente do Conselho a visão do movimento sindical de que o momento é de expandir as atividades do banco e não de fechar agências, a fim de fortalecer a instituição enquanto banco público”, afirma Miriam.
Pires, que é funcionário cedido do BB para a Receita Federal, concordou com a premissa de defesa das instituições públicas, mas frisou que a estratégia do Banco da Amazônia é de concentrar a sua atuação na região Norte do País. Além disso, alegou que a agência em questão está deficitária.
Ele recebeu a carta da Contraf-CUT e se comprometeu a apresentá-la ao Conselho para avaliação de todos os integrantes.
Na correspondência, a Confederação manifesta sua “surpresa e insatisfação diante da decisão unilateral deste Conselho de fechamento da agência Porto Alegre que, se vier a ser efetivada, reduzirá ainda mais a área de atuação do banco no País e trará sérios problemas para os funcionários e clientes atingidos”.
A entidade nacional dos bancários destaca que a medida, assim como a recente extinção da agência Rio de Janeiro, “está na contramão da política de desenvolvimento econômico e social do governo federal, que é de fortalecimento dos bancos públicos para ampliar o crédito e melhorar a prestação de serviços aos clientes e usuários”.
A Associação dos Empregados dos Banco da Amazônia (Aeba) também divulgou na segunda-feira, dia 1°, nota de repúdio à decisão de fechamento de agência Porto Alegre. O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, por sua vez, enviou carta aos presidentes do banco e do Conselho de Administração, propondo igualmente a manutenção da unidade.
Veja a íntegra da carta da Contraf-CUT:
Ao
Banco da Amazônia S/A
Conselho de Administração
Att. do Sr. Luiz Fernando Pires
Prezados Senhores:
Ref.: Fechamento da agência Porto Alegre.
Ao saudarmos cordialmente Vossas Senhorias, vimos manifestar-lhes a nossa surpresa e insatisfação diante da decisão unilateral deste Conselho de fechamento da agência Porto Alegre que, se vier a ser efetivada, reduzirá ainda mais a área de atuação do banco no País e trará sérios problemas para os funcionários e clientes atingidos.
Para nós, essa medida, a exemplo da recente extinção da agência Rio de Janeiro, está na contramão da política de desenvolvimento econômico e social do governo federal, que é de fortalecimento dos bancos públicos para ampliar o crédito e melhorar a prestação de serviços aos clientes e usuários.
A manutenção de agências fora da Região Amazônica, como Porto Alegre, São Paulo e Brasília, é estratégia para a atuação do banco, considerando-se que muitas empresas atuam hoje em várias regiões do País e a existência de uma rede nacional é importante para qualificar o atendimento, a realização de negócios e o crescimento da instituição.
Concordamos com a avaliação da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (Aeba) que classificou o fim da agência Porto Alegre como “um retrocesso”. Para a entidade representativa dos funcionários, “a manutenção fundamenta-se na concepção da missão desenvolvimentista do Banco da Amazônia e, para tanto, as filiais extra-regionais têm um papel importantíssimo no fortalecimento da instituição e, em particular, no apoio às relações comerciais entre os estados do norte e sul do País”.
Da mesma forma, estamos preocupados com a situação dos funcionários que serão prejudicados com a extinção da unidade. Conforme a Aeba, “a drástica medida pelo fechamento da agência traz sérias repercussões para a vida dos empregados, principalmente com referência a remoção de suas famílias para outros lugares distantes e a enorme dificuldade que terão para se reestruturarem novamente”.
Na defesa do fortalecimento do Banco da Amazônia como empresa pública, vimos solicitar-lhes que seja revogada a decisão de fechamento da agência Porto Alegre. Ao mesmo tempo, propomos a abertura de um processo de discussões com as entidades sindicais e representativas dos empregados para reforçar a atuação das unidades fora da Região Amazônica.
Ficamos no aguardo de sua resposta.
Atenciosamente
Carlos Cordeiro
Presidente
Marcel Barros
Secretário-Geral