Escrever um romance, transformá-lo em roteiro e produzir um documentário sobre os 82 anos do Banrisul. Esta é a proposta da parceria firmada entre o SindBancários e a direção do banco dos gaúchos. O desafio para os 18 alunos começou no dia 3 de dezembro, sob a condução do escritor e historiador Alcy Cheuiche.
As aulas começaram no dia 3 de dezembro. Nesta primeira parte, os 18 alunos escreverão o romance sobre a história do banco. A previsão é de que seja lançado no aniversário do Banrisul, em setembro. A segunda etapa será ministrada pelo cineasta Hique Montanari, com a participação dos oficinandos nas filmagens. O roteiro será adaptado por Hique e Alcy.
“Alguns trechos do livro serão aproveitados no documentário, com a interpretação de atores e a recriação de cenários de época”, informa Alcy. A previsão de lançamento do filme é em dezembro.
Alcy ressalta que a experiência das oficinas literárias realizadas no SindBancários, em 2008 e 2009, que resultaram na publicação dos livros Banco Não dá Bom Dia e Ditadura, Anistia e Greve Geral: 30 anos depois, como um facilitador para a produção da obra sobre o Banrisul.
O livro terá a mesma linguagem de Banco não dá Bom Dia, ou seja, um romance histórico. Os alunos, a maioria bancários, estiveram nas oficinas do Sindicato e já começaram as pesquisas e as aulas, que ocorrem todas as quintas, na Casa dos Bancários. “A revolução de 23 é o ponto de partida, com a queda de Borges de Medeiros e a vinda do Getúlio, que fundou o Banrisul. Até então, os recursos do Estado eram depositados no Banco Pelotense”, adianta Alcy.
Expectativa
Ivo Vivian, funcionário do Banrisul há 32 anos, diz que está sendo um grande desafio participar de mais está oficina. “Primeiro, por falar da história do Rio Grande do Sul, meu estado, que projetará toda a equipe,a também fazer parte desta história. Em segundo lugar, por eu ser empregado do banco e estar participando desta realidade”, afirma.
Para o romance histórico, onde o Banrisul será o tema central, o grupo está pesquisando a época anterior a sua criação. “Iniciaremos em 1923. Rodaremos até o Castelo de Pedras Altas, que fica localizado no município de Pedras Altas, próximo a Pinheiro Machado, para entrarmos de corpo e alma no local onde foi assinado o Tratado de Paz no Rio Grande do Sul – Revolução de 1923”, revela. Ivo participou da oficina de 2009, que lançou o livro de contos sobre a Greve de 79.
Já Ana Guimaraens, funcionária do Banrisul há 20 anos, diz que o grande desafio é buscar, dentro da história da instituição, os fatos mais significativos, transformando em literatura, sem deixar de lado a própria história do Rio Grande do Sul.
Com relação ao projeto, ela acredita que vai ser extremamente interessante. “Estamos em fase de pesquisas, e já descobrimos muitas coisas. O primeiro presidente, Firmino Paim Filho, estudou com o Getúlio Vargas, juntos integravam o bloco acadêmico castilhista URGS (como era chamada a UFRGS na época). Depois disto tornou-se general lutando contra os maragatos, em 23. Quando Getúlio foi eleito presidente do Rio Grande do Sul, assumiu a Secretaria da Fazenda, e acumulou a função de presidente do Banco do Rio Grande do Sul, quando foi inaugurado em 1928.”
Ana participou da oficina de 2008, que resultou no livro Banco Não dá Bom Dia. Em 2009 esteve na oficina promovida pelo Memorial do Rio Grande do Sul, que editou O Palco Histórico da Feira do Livro, esta também sob a coordenação de Alcy Cheuiche.
O projeto está sendo patrocinado pelo Banrisul.