Bancários e funcionários dos Correios em greve cobraram negociações
Os bancários mostraram mais uma vez a força da greve em Porto Alegre. Cerca de 1.000 bancários fizeram ao meio-dia desta quinta-feira (29) uma passeata que começou com a concentração na Praça da Alfândega, entre os prédios da Caixa e do Banrisul, partiu pela Siqueira Campos, onde trabalhadores do Correios se uniram à caminhada e seguiram até a Esquina Democrática. O presidente estadual da CUT, Celso Woyciechowski, também participou da manifestação.
Durante toda a passeata, os bancários cantaram diversas músicas de protesto, além do jingle Basta! Eles também carregavam placas com as principais reivindicações da categoria: “Chega de altas taxas e tarifas abusivas”; “Banqueiros: chega de intransigência”; “Chega de assédio moral”; “Melhores condições de trabalho” e “Queremos negociação”.
Segundo o diretor da Fetrafi-RS, Ronaldo Zeni, o número de grevistas no Banco do Brasil supera as expectativas e aumenta a cada dia. “A paralisação no BB tem aumentado. Temos adesões em várias agências e nosso movimento é pacífico e consolidado. Esperamos que o banco apresente uma proposta, pois apesar de dizer que há diálogo, não é isso o quê ocorre prática. Os funcionários se propõem a manter a greve até receberem uma proposta decente”.
Os banrisulenses também destacaram a adesão dos funcionários da Direção Geral à greve. “Com os funcionários da Direção Geral juntos a greve fica mais forte. Precisamos nos unir para lutar por um piso e reajuste salariais dignos, além da valorização das funções. A unidade dos banrisulenses é que vai possibilitar as nossas conquistas”, afirma a diretora do SindBancários e funcionária do Banrisul, Lourdes Rossoni.
Em relação à Caixa, a greve está se fortalecendo, é o que afirma Marcos Todt, diretor do SindBancários e vice-presidente da APCEF/RS. “A cada dia a greve se fortalece e os empregados estão dispostos a seguir a luta além de pressionar a Fenaban. O objetivo é pressionar também a Caixa para que atenda a nossa pauta específica, que agrega as reivindicações de isonomia, reparação de perdas, fim da discriminação dos Reg/Replan não-saldados, Saúde Caixa e concessão do ticket e cesta-alimentação para todos os aposentados e pensionistas”.
O diretor do SindBancários e funcionário do Itaú, Antônio Augusto Borges de Borges, frisou que os trabalhadores de bancos privados não são peças que podem ser movidas ou descartadas. “Os bancários não são bonecos, nem marionetes, que podem ser transferidos ou demitidos sem qualquer motivo. A greve é a nossa resposta aos banqueiros”.
Já na Esquina Democrática, o diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, finalizou o ato. “Não vamos tolerar a intransigência da Fenaban. Enquanto os banqueiros não sentarem na mesa e apresentarem uma proposta decente a categoria continua em greve”.
Assembleia
Após a passeata, os bancários voltaram a se reunir na Praça da Alfândega para mais uma assembleia, que definiu a continuação da greve por tempo indeterminado. O presidente do SindBancários, Mauro Salles, aproveitou a oportunidade para pedir à diretoria do Banrisul que não espere pela Fenaban e chame o Comando para apresentar uma nova proposta.
Nesta sexta-feira,30, às 9h30, haverá uma manifestação em frente à Superintendência do Banrisul para solicitar a retomada das negociações.
Programação
A programação da greve dos bancários da Capital também agrega concentração às 10h, para atividade conjunta com o Cpers/Sindicato. Em seguida a categoria promove um almoço animado por atrações musicais, na Praça da Alfândega.