Para a maioria dos delegados e delegadas que participaram da 11ª Conferência Estadual dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, sábado, dia 4, em Porto Alegre, a estratégia de unificação da categoria nas últimas campanhas salariais tem fortalecido o processo de negociação das reivindicações. Por isso, os gaúchos mantiveram a mesma lógica para 2009. Além das resoluções, os delegados indicaram um índice de 15,29% a ser defendido na Conferência Nacional, prevista para os dias 17, 18 e 19 de julho, em São Paulo.
Na avaliação dos bancários, apenas com a mesa única junto à Fenaban, surgiu um tensionamento dos funcionários dos bancos públicos, que é o setor mais mobilizado e por consequência, teria uma capacidade maior de avançar em suas questões específicas. Por isso, o texto aprovado prevê a mesa unificada com a Fenaban, mas com mesas específicas concomitantes nos bancos públicos.
“É preciso avançar mais. É necessário construir uma convenção coletiva para todos os bancários, assinando apenas acordos aditivos com cláusulas mais vantajosas nos bancos públicos. Não podemos continuar negociando as questões gerais da categoria em uma única mesa da Fenaban e depois assinar acordos separados com o Banco do Brasil, Caixa e Banrisul”, destacam os bancários na estratégia.
Composição do reajuste
O índice aprovado pelo plenário da Conferência Estadual, de 15,29%, foi composto pelas perdas acumuladas nas negociações com a Fenaban desde 1994 (5,7%); pela previsão da inflação acumulada no período (4,5%) e de um aumento relacionado à produtividade dos bancos de cerca de 5%.
Resoluções
Os participantes também aprovaram, por unanimidade, três resoluções temáticas. A primeira delas propõe que os bancos em processo de fusão ou aquisição se comprometam formalmente, através de acordos específicos, com manutenção do emprego e dos direitos dos trabalhadores.
Outro texto aprovado reafirma as diretrizes definidas pela Jornada Contra a Violência e Por Justiça Social, evento promovido pelo SindBancários e a Federação dos Bancários RS, juntamente com outras 10 entidades da capital gaúcha. De acordo com o documento, a segurança pública é um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade brasileira e exige uma ação e reação coletivas. A Jornada teve o objetivo de contribuir com o debate sobre os elementos que produzem e reproduzem este grave problema social.
A terceira resolução temática propõe que a saúde seja estabelecida como prioridade para a categoria bancária. O texto também exige o fim do assédio moral, sexual; das metas abusivas; isonomia de direitos para trabalhadores afastados por doenças ocupacionais; pagamento de periculosidade aos bancários; cobertura dos planos de saúde sem restrições; aceitação dos atestados médicos e garantia de emissão de CATs em todos os bancos e o fim do fator previdenciário.