Intolerância. Essa é a palavra que deve ser regra para toda a sociedade em relação à violência contra a mulher, seja ela física, moral, sexual, psicológica, patrimonial, cárcere privado ou situações de tráfico.
Infelizmente, os dados são chocantes: de janeiro a junho deste ano a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), serviço da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) do Governo Federal, registrou mais de 343 mil chamadas de denúncias de algum desses tipos de violência. O número é 112% acima do registrado no mesmo período do ano passado (161 mil casos).
Neste sábado, dia 7, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340) completa quatro anos. Segundo a SPM, 50% das chamadas no Ligue 180 são para pedir informações sobre a lei sancionada pelo presidente Lula em 2006.
Segundo a secretaria, somente no primeiro semestre de 2010 foram verificados 8,9 mil casos de ameaças contra mulheres, o que para a ministra Nilcéa Freire, secretária de Política para as Mulheres, representa um indicador extremamente importante de risco, crimes anunciados que não podem ser subestimados. Embora a quantidade de atendimentos no Ligue 180 não indique necessariamente o número real de casos de violência, os dados mostram que a central de denúncia está mais popular.
“São Paulo registrou nada menos que 47 mil atendimentos em apenas um semestre. O Ligue 180 não é um número exclusivo para receber denúncias de violência, mas qualquer cidadão pode denunciar atendimento ruim para as mulheres em delegacias ou qualquer serviço do Estado onde as mulheres não forem bem tratadas”, alerta a bancária e dirigente sindical Neiva Maria Ribeiro, integrante do Coletivo de Gênero do Sindicato.
Ato
Violência contra a mulher, tolerância nenhuma! Com este tema, um ato da Central Única dos Trabalhadores com a presença da ministra Nilcéa acontece nesta sexta-feira 6, às 14h30, no Sindicato dos Químicos de São Paulo (Rua Tamandaré, 348, Liberdade).
O evento vai celebrar os 4 anos da Lei Maria da Penha e a certificação das Mulheres Promotoras Legais Populares da CUT. A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, participa do evento ao lado de outras dirigentes sindicais representando as bancárias.
“Políticas públicas são fundamentais para o enfrentamento da violência contra a mulher. É preciso cobrar comprometimento do governo do Estado com essas políticas, principalmente em ano de eleição, esse é um dos temas que debateremos no evento”, conclui Neiva.
Documentário
No site da Câmara dos Deputados o documentário Maria Cheia de Dor, das diretoras Júlia Marques e Suélen Machado, aborda a violência contra a mulher, que além de marcas no corpo deixa marcas invisíveis, e a importância da Lei Maria da Penha.
Assista: http://migre.me/12fbD