Com a greve, bancários querem proposta que atenda pauta de reivindicações
Após cinco rodadas de negociação e um mês e meio depois de entregar a pauta aos banqueiros, restou aos bancários entrar em greve para forçar os bancos a atender às reivindicações da categoria. A paralisação das atividades tem início nesta terça-feira 27 e será por tempo indeterminado.
“Novamente os donos dos bancos, que tanto ganham às custas dos brasileiros, forçaram a categoria a entrar em greve, diante da falta de resposta às principais necessidades dos trabalhadores”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários que negocia com a Fenaban.
Foram três reuniões para debater emprego, saúde e condições de trabalho, além de remuneração. Depois, outras duas convocadas pelos negociadores da Fenaban para apresentar proposta: primeiro de aumento real de 0,37% e, depois, de 0,56%, para salários, PLR e outras verbas. E para as demais reivindicações da categoria, nada.
“Os bancos podem pagar mais. O lucro líquido dos sete maiores do setor, descontadas todas as despesas, cresceu quase 20% nos primeiros seis meses deste ano, chegando aos R$ 26,5 bilhões”, ressalta Juvandia. “Mas além do reajuste salarial, os bancos estão devendo muito nas contratações e na melhoria das condições de trabalho e de segurança da categoria. Essa dívida é com os bancários e com toda a sociedade”, explica a dirigente.
Escuta banqueiro
Os trabalhadores permanecerão parados até que os banqueiros decidam apresentar proposta decente. A categoria quer aumento real de 5%, vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio creche/babá de um salário mínimo (R$ 545), PLR de três salários mais R$ 4.500, piso salarial de R$ 2.297,51.
E o fim das metas abusivas que tanto adoecem os empregados de bancos, combate ao assédio moral, mais segurança, ampliação das contratações, além da inclusão bancária com combate às terceirizações.
Calendário
Uma nova assembleia será realizada na quarta-feira 28, a partir das 16h, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Sé).
“Todos devem participar das mobilizações, acompanhando as informações oficiais do Sindicato pela Folha Bancária e pelo www.spbancarios.com.br. Cada bancário é responsável por construir uma greve forte. Se nossa pressão for grande e incomodar os banqueiros, terão de fazer o que já deveriam ter feito: reconhecer o valor dos funcionários, grandes responsáveis pelo excelente resultado do setor”, salienta Juvandia.
Comando de greve
Integrado por dirigentes do Sindicato de bancos públicos e privados, da Fetec-CUT/SP, da Contraf-CUT, cipeiros e delegados sindicais da Caixa Federal e do Banco do Brasil, o Comando de Greve se reunirá todos os dias para debater e ajudar a organizar a mobilização. O primeiro encontro será nesta terça-feira 27, às 16h, no Auditório Azul do Sindicato (Rua São Bento, 413).