Reuters, de São Paulo
O Banco do Brasil (BB) lançou ontem um serviço próprio de remessa de dinheiro por brasileiros residentes nos Estados Unidos e prevê estrear como banco de varejo no país em 2010.
O objetivo é alcançar uma população de 1,4 milhão de moradores nos EUA, das quais cerca de 70% enviam recursos para familiares no Brasil todo ano, explicou o vice-presidente de Negócios Internacionais e Atacado do BB, Allan Toledo.
Como atrativo, o banco oferece tarifas mais baixas do que as praticadas pelo mercado – em uma faixa de US$ 4,90 a US$ 20 por transação – e o crédito imediato em conta corrente, inclusive nos finais de semana. O serviço vale apenas para correntistas do banco. “No serviço tradicional, o crédito do dinheiro enviado entra na conta corrente em três e quatro dias úteis”, afirmou Toledo.
Batizado de BB Money Transfers, o serviço será oferecido em lojas que atuam como uma espécie de correspondente bancário nos Estados dos EUA com maior concentração de brasileiros. De saída, 10 lojas em Connecticut, Flórida, Nova Jersey e Nova York estão habilitados a realizar a operação.
“Até junho de 2010, deverão ser 100 estabelecimentos”, disse Toledo. Anualmente, remessas de brasileiros residentes em terras americanas para seu país natal movimentam cerca de US$ 3 bilhões, segundo o executivo.
Este é o primeiro passo de uma ofensiva nos EUA do BB, que aguarda aprovação regulatória local para estrear no mercado de varejo bancário americano.
“O objetivo é oferecer mais serviços financeiros, como investimentos e cartões de crédito para brasileiros e latino-americanos que residem lá”, disse Toledo. “Eles precisam de um banco que os conheça”, acrescentou.
Atualmente, as três agências do BB nos EUA (Nova York, Miami e Washington) podem apenas aceitar depósitos de empresas e de pessoas físicas não residentes. Passando a atuar como banco pleno, o BB passará a receber depósitos do público em geral.
O interesse do banco estatal pelo mercado de varejo americano aumentou acentuadamente desde o final de 2008, por ter sido destino de recursos de empresas e pessoas que tinham depósitos em outros bancos que foram atingidos mais severamente pela crise.
Nos últimos 12 meses, o volume de depósitos na agência de Nova York, que atende empresas, subiu de US$ 400 milhões para US$ 4 bilhões. “O BB foi visto como um porto seguro”, disse Toledo.