Bancários participaram de caminhada organizada pela CUT
A Avenida Presidente Vargas em Belém ficou tomada na sexta-feira (21) por bancários, bancárias e funcionários dos Correios, que estão em greve nacional por melhores salários e condições de trabalho. As categorias participaram de uma passeata organizada pela Central Única dos Trabalhadores.
Familiares dos trabalhadores e trabalhadoras também acompanharam a manifestação em apoio e solidariedade à luta das duas categorias. A passeata ocorreu no quarto dia de paralisação por tempo indeterminado, e os funcionários dos Correios no décimo-primeiro dia. A greve dos bancários não para de crescer no Pará e em todo Brasil.
“Esse ato unificado é para mostrar aos patrões que a classe trabalhadora está cansada com as condições precárias de trabalho a que são submetidos todos os dias e mais ainda com os baixos salários que correm na contramão das pesquisas que mostram bons resultados no setor de serviços”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.
“Essa passeata é uma clara demonstração de que a categoria bancária está disposta a enfrentar a intransigência da Fenaban e derrotar a ganância dos banqueiros. A nossa greve se fortalece a cada dia em todo país e o apoio da CUT para o nosso movimento, assim como dos funcionários dos Correios, é de suma importância para alcançarmos os nossos objetivos nessa Campanha Nacional, que é a garantia de salários decentes e melhores condições de trabalho”, ressalta o secretário de relações de trabalho da Contraf-CUT, Adílson Barros.
A passeata percorreu as principais agências e a central do Correios em Belém. A cada parada, mensagens de protesto eram ditas pelos dirigentes sindicais.
“A categoria bancária veio para reivindicar melhorias salariais e condições de trabalho, e quando o banqueiro não cede é hora de cruzar os braços por tempo indeterminado”, destaca o diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil, Gilmar Santos.
“Desde o dia 4, o funcionalismo do Banpará se antecipou e decidiu cruzar os braços contra a intransigência da direção desse banco que até hoje não apresentou uma proposta decente para os trabalhadores. Vamos continuar firmes na luta, que a greve agora não é só mais nossa, mas de toda a categoria”, diz a diretora da CUT do Pará e funcionária do Banpará, Vera Paoloni.
“Os banqueiros inventam todo tipo de truque para enganar a população e enrolar a categoria. Um deles é cobrar tarifas de contas salários que são isentas desse tipo de cobrança, nas mesas de negociação usam a redução de juros como desculpa para justificar a queda na lucratividade, enquanto balanços mostram lucros elevados”, lembra o diretor de bancos privados e funcionário do Santander, Márcio Saldanha.
“Todos os programas do governo federal destinados à população de baixa renda são os trabalhadores da Caixa que executam, mas em condições ainda precárias e com uma sobrecarga de trabalho desumana. Nossas reivindicações são justas e foram construídas pensando também nos clientes e usuários”, explica o diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Alan Rodrigues.
“Os empregados e empregadas do Banco da Amazônia também estão firmes na luta. Infelizmente, no ano passado, a direção desse banco preferiu levar os 77 dias de greve para dissídio do que atender nossas reivindicações. A intransigência esse ano se repete, e a nossa disposição em lutar é ainda maior”, pontuou o diretor do Sindicato e empregado do Banco da Amazônia, Cristiano Moreno.
“Exigimos respeito por parte do Banco da Amazônia no processo de negociação do nosso Acordo Coletivo, é inadmissível que o banco convoque as entidades sindicais da noite para o dia para reuniões onde não apresenta nenhuma proposta, mas a resposta dos trabalhadores a esse desrespeito está sendo dada com essa forte greve que estamos fazendo aqui no Pará e em todo país, e mais do que nunca é fundamental seguirmos fortalecendo a greve, pois somente assim seremos vitoriosos nessa Campanha Nacional”, concluiu o vice-presidente do Sindicato e empregado do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.
A manifestação no Banco da Amazônia também teve direito a música e distribuição de churrasquinho para os grevistas e a população. A criatividade e a irreverência acompanham a greve da categoria no Pará, como forma de chamar a atenção da sociedade, que também tem apoiado o movimento, e pressionar a Fenaban.
Greve no Pará
Todos os bancos públicos e privados de Benevides e Santa Izabel, na Região Metropolitana de Belém amanheceram de portas fechadas. O diretor do Sindicato, Saulo Araújo, e o funcionário do Banco do Brasil, Daniel Monteiro, garantiram a paralisação nas unidades.
Marabá e Santarém também fortaleceram a greve neste quarto dia com piquetes na porta das agências bancárias.