Trabalhadores definiram calendário de mobilização
A partir desta terça (30), a resposta da categoria a duas propostas insuficientes e à enrolação nas mesas de negociação será com greve nacional. Reunidos em assembleia no Clube do Comércio, no centro de Porto Alegre, nesta segunda (29), os bancários disseram não às propostas de 7,35% para todas as verbas salariais e 8% nos pisos e reafirmaram sua disposição de lutar por uma proposta melhor e por melhores condições de trabalho. Os bancários também definiram calendário de lutas da primeira semana de paralisação.
O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, lembrou que os banqueiros pouco aumentaram a proposta anterior, do dia 19, de 7% para as verbas salariais e 7,5% no piso em uma reunião convocada de última hora no sábado (25/9).
“Posso dizer que fiquei decepcionado, primeiro por ouvir na mesa que nossa greve era precipitada. Depois, porque não vimos avanços em questões chaves, como o combate ao assédio moral, mais segurança e mais emprego. Nem mesmo em questões econômicas, como uma regra melhor para a Participação de Lucros e Resultados (PLR), houve progressos”, afirmou Gimenis.
Todas as manifestações demonstraram o descontentamento da categoria com as duas propostas apresentadas pela Fenaban e com a enrolação nos 50 dias de negociação.
A diretora de Comunicação do SindBancários e funcionária do Banrisul, Ana Guimaraens, chamou a atenção para a necessidade da luta ser construída a partir da unidade de todos os bancários. “Não podemos esquecer que a greve é de todos os bancários. É o momento de nos unirmos e construirmos juntos o movimento, indo para a frente das agências. Esta precisa ser nossa prioridade”, analisou.
O diretor de Esportes, Cultura e Lazer do SindBancários e empregado da Caixa Econômica Federal, Tiago Pedroso, lembrou que a greve é um processo que se constrói diariamente, com o auxilio de todos os bancários.
“Primeiro, temos que lembrar que o contrato de trabalho de todos está suspenso durante a greve. Depois, que as informações estarão disponíveis nos meios de comunicação dos sindicatos e que devemos ter muito cuidado com boatos. Por fim, que depende de nós fazer uma greve maior a cada dia, conscientizando os colegas sobre a necessidade de cruzarem os braços, aumentando assim o número de adesões”, complementou Tiago.
Já o diretor do SindBancários e funcionário do Santander, Paulo Stekel, analisou que a campanha salarial é construída durante os 365 dias do ano. “Temos que continuar construindo o movimento, todos os dias, e saber que precisamos ampliar a mobilização para alcançarmos nossas reivindicações”, concluiu.
Central da Greve
Na Casa dos Bancários (Rua General Câmara, 424), a categoria encontrará adesivos e materiais de campanha para auxiliarem na mobilização.
Já na Praça da Alfândega, entre o Banrisul e a Caixa, um carro de som estará presente todos os dias, a partir das 8h, onde os bancários se concentram para seguir aos piquetes. A partir das 11h, ocorrem apresentações musicais.